segunda-feira, 14 de maio de 2012

(131) O DIREITO DE SER MÃE



Há um mistério insondável nesse encontro de olhares. Mãe e filho. Amamentação. Ato de suprema entrega. Momento de divina doação, entrelaçando doces e infindos desejos, sem identificação de um único. Harmonia plena... ternura...ardor. Inconsciente integração do inexplicável, que se traduz na similaridade do Divino Amor.
(Alice Capel)
Estava pensando no que escreveria neste dia tão lindo, dia das mães. Sabia que não conseguiria superar meu artigo desta mesma data do ano passado (amor igual ao seu eu nunca mais terei), foi quando em um bate papo alguém me perguntou: “ Mafu, fazendo um balanço do seu mandato, qual foi sua maior frustração?”

Imediatamente minha cabeça voltou em 2009; fiz um projeto de lei que eu achava maravilhoso, afinal, pesquisei por mais de uma semana tudo que se referia ao assunto, fiz uma justificativa de três folhas, colocando tudo e mais um pouco, só faltei desenhar no papel e tudo. O projeto que me refiro autorizava o executivo a conceder licença de seis meses às gestantes funcionárias da prefeitura municipal, concursadas, terceirizadas ou de confiança, inclusive as que viessem a adotar.

Os vereadores elogiaram, discursaram e eu, marinheiro de primeira viagem, me senti o máximo...

Na minha cabeça só passava a imagem das minhas colegas da enfermagem e outras funcionárias que trabalhavam comigo. Lembrava dos maridos levando os bebês para as mães trabalhadoras amamentarem no pronto-socorro, naquele local, totalmente inadequado para um serzinho com o sistema imunológico ainda em formação. Fui coordenar o PSF justamente para cobrir a licença a gestante da Enfermeira Fabiana. Como que uma mãe enfermeira que sabe da necessidade da amamentação, por pelo menos seis meses, e tem de retornar ao serviço no quarto mês de vida do seu filho poderia trabalhar tranquila? Acompanhei toda a ansiedade que este fato gerou a ela na ocasião e, posso garantir, não foi pouca. E quantas mais terão de passar por isto?

O estudo de impacto financeiro na época provava a viabilidade do projeto. Na justificativa, demonstrei, através de pesquisas de revistas científicas, todas as vantagens da amamentação por pelo menos seis meses. O ato de amamentar firma o elo entre mãe e filho, nos primeiros seis meses a criança ainda não tem imunidade contra as doenças, sendo passado pelo leite materno e, entre outras razões, pesquisas apontam que crianças amamentadas no seio materno são mais sociáveis, menos delinqüentes e a probabilidade de depressão e suicídio são bem menores comparada com as quais não são amamentadas e etc.

Para minha frustração, os inúmeros motivos não foram suficientes para convencer o executivo da época que vetou o projeto. Mesmo assim, acreditei que ele enviaria o projeto direto do seu gabinete, o que também nunca aconteceu.

Já protocolei uma moção de apelo pedindo para que o Prefeito Dr Marcelo Bustamante mande este projeto para a câmara municipal, pois mais importante do que vir do legislativo ou do executivo é o direito das mães de serem mães e, a amamentação por pelo menos seis meses é um direito dos filhos das nossas mães trabalhadoras. Espero que ele atenda este apelo e leve o bônus de ser o primeiro prefeito da região metropolitana do Vale do Paraíba a conceder esse direito às funcionárias públicas e que seja seguido pelo bom senso dos outros prefeitos da região.

A todas as Mães Maravilhosas, que Deus as abençoe sempre mais. Feliz dia das mães.

domingo, 13 de maio de 2012

(130) “A insustentável leveza do ser”



"Sentiu um peso, mas não era o peso do fardo e sim da insustentável leveza do ser"



(Milan Kundera)

"Nunca se poderá determinar com certeza em que medida nosso relacionamento com o outro é o resultado de nossos sentimentos, de nosso amor, de nosso não-amor, de nossa complacência, ou de nosso ódio, e em que medida ele é determinado de saída pelas relações de força entre os indivíduos. A verdadeira bondade do homem só pode se manifestar com toda a pureza, com toda a liberdade, em relação àqueles que não representam nenhuma força. O verdadeiro teste moral da humanidade (o mais radical, num nível tão profundo que escapa a nosso olhar) são as relações com aqueles que estão à nossa mercê: os animais. É aí que se produz o maior desvio do homem, derrota fundamental da qual decorrem todas as outras."

Esta frase do livro e filme “A insustentável leveza do ser” nos leva a pensar como que fatores políticos podem mudar, para sempre, a vida das pessoas. Quando em 1968, tanques soviéticos invadem a antiga Tchecoslováquia e iniciam a opressão conhecida como "A Primavera de Praga", a vida dos protagonistas mudou para sempre e todos os sonhos foram destruídos.

A instabilidade política no Brasil, durante quase todo o século XX se assemelha a este drama, não pode existir felicidade sem liberdade, sem amor, sem empatia e sem bondade. E é no tratar os mais simples e necessitados e também os animais que conhecemos o verdadeiro caráter das pessoas.

Precisamos olhar e enxergar ao nosso redor, as atitudes é que contam; precisamos de leveza, mesmo num cenário político, para podermos entender as necessidades da sociedade e irmos ao encontro delas; mesmo numa disputa eleitoral visceral, o ódio entre as partes não pode ser maior que os interesses comuns do todo, e o todo, nesse caso, é o povo.

A gestão da coisa pública nada mais é que um relacionamento, onde elegemos quem confiamos para cuidar, zelar e aprimorar o que é de todos e, como em todo relacionamento que frutifica, a base tem de ser o amor e o compartilhamento, sem ódio e sem egoísmo. Os gestores têm de amar sua gente e se desdobrar para proporcionar o melhor para ela.

Este é o princípio fundamental na política e uma cidade que quer ir adiante precisa encontrar essas características em seus representantes.

A leveza que transforma o ser:

1º- Fundo de solidariedade de Lorena: Agradeço a administração municipal por ter atendido a minha moção de apelo pedindo a volta do fundo no ano passado. Sob a presidência da nossa amiga Rosane Costa, o fundo social está conseguindo atender as diversas entidades da cidade e desenvolvendo os projetos como a praça do idoso, a padaria artesanal e conseguiu arrecadar seis toneladas de agasalho para aquecer os corações dos mais necessitados neste inverno.

2º- Provim e Cemari: Trabalhos ímpares e maravilhosos, liderados pelo Padre Trajano e Irmã Tavares, respectivamente. Desenvolvem atividades fantásticas e encaminham para o bem centenas de crianças e adolescentes de Lorena. Padre Trajano e Irmã Tavares, nossos agradecimentos e parabéns! Vocês são exemplos de pessoas leves e altruístas, tão necessários nas nossas comunidades mais carentes. Deus os proteja e multiplique a ação dos seus trabalhos.

3º- Fabrício Stevens Finotti Dias, o Lorena da superliga de vôlei: Jovem lorenense que é exemplo de garra e determinação, maior pontuador de toda a história da superliga de Vôlei. Que seu exemplo seja seguido pelos pequenos lorenses. Exemplo de amor pela cidade, que mesmo estando longe, leva o nome de Lorena nas Costas!

(129) LORENA CIDADE MARAVILHOSA


“Algumas coisas são verdadeiras, acreditando nelas ou não”.

(Do filme-Cidade dos Anjos)

Lorena sempre foi um ponto estratégico no eixo mais importante do nosso país. No Brasil Colônia, o porto de Guaypacaré era um ponto de apoio as Bandeiras que desbravavam os grotões da boca do Embaú para as entradas nas Minas Gerais. No Brasil Império foi importante na Revolução liberal dominada por Duque de Caxias, quando passou a pertencer à província do Rio de Janeiro; por uma ano na história, Lorena deixou de ser paulista para ser fluminense. Em 1816 a Vila de Lorena começou a ser desmembrada para dar origem a diversos municípios, impulsionando as fazendas de café no Vale do Paraíba e, das imensidões de terras das Palmeiras Imperiais, emergiram cidades como Areias, Silveiras, Bananal, São José do Barreiro, Queluz e Lavrinhas que surgiam às margens do Caminho Novo, estrada percorrida pelas tropas que levavam o café até o porto de Mambucaba e que ligava os Estados de São Paulo com o Rio de Janeiro (hoje é a rodovia dos tropeiros). Em 1871, novamente, a grandeza da cidade sofre mais um desmembramento, desta vez surge a cidade de Cruzeiro; Cachoeira Paulista em 1881, Piquete em 1891 e, um século depois, Canas emancipou em 1992. Com isto podemos dizer que Lorena é a cidade mãe das cidades do Vale Histórico. Sua estratégica posição geográfica também foi importante na Revolução Constitucionalista do início dos anos 30 e hoje é elo importante entre os três maiores estados da nação.

Certamente, a maior riqueza da cidade de Lorena não é a sua posição geográfica, sua água excelente e farta no subsolo. A maior riqueza da cidade de Lorena é o seu povo: Lorenenses de nascimento ou de coração que escolheram esta cidade para viver.

Percebo a cidade (e é a vocação de Lorena) como uma grande mãe e a população como seus muitos filhos. Em uma grande família, com muitos filhos, os pais logo percebem que um nunca é igual ao outro, assim, tem os mais rebeldes e os mais disciplinados, porém, o mais importante é que os pais demonstrem carinho e amor iguais para todos os filhos. Seguindo este pensamento, podemos dizer que os filhos de Lorena sofreram com a ausência materna e, quando a mãe não está presente, seus filhos se revoltam, entristecem e a baixa auto-estima logo aparece. Os filhos precisam se orgulhar dos seus pais.

Mesmo diante de um processo de ruptura afetiva, os filhos acabam encontrando mecanismos para defender o ego sofrido e, neste caso, os filhos de Lorena são show de bola.Embora sofrendo e sem carícias, quando chamados a luta logo mostram a sua força, é só a mãe conclamar.

Assim, parabenizo os filhos maravilhosos de Lorena e o trabalho da mãe (administração pública) por trabalharem juntos e evitar muitas mortes e muitos doentes neste ano. Abandonados pela sua mãe no ano passado, aproximadamente dezoito mil (extra oficialmente) dos seus filhos adoeceram e sofreram de uma doença até sugestiva quando há falta de carinho, ficaram dengosos e sofreram demais. Este ano a mãe começou a trabalhar junto, orientar e chamar a atenção de seus filhos e apenas oito (sendo que quatro adquiriram a doença em outra cidade) adoeceram. Belíssimo trabalho!

A mãe Lorena também tem muitos filhos contestadores, brigões quando a causa é justa, que vão para cima sem medo e botam a boca no trombone. Assim, esses filhos fabulosos gritaram tanto que foram ouvidos. De tanto espernear foi suspensa a licença prévia para a construção da usina termelétrica na sua cidade filha caçula, que tantas doenças traria para todos. Mesmo que temporariamente, desta vez, a mãe que ainda nem tinha entrado na briga, ficou orgulhosa de ter filhos tão especiais e inteligentes (Conselho Municipal de Meio Ambientes e voluntários).

Desta forma fica provado que, assim como na família, onde os pais tem de orientar, mostrar o caminho e dar amor para seus filhos; na administração pública também é assim. É só dar espaço, permissão, orientação e auxílio que os filhos mostram o quanto são espetaculares.

E é por isso que eu digo que Lorena é uma Cidade Maravilhosa, porque uma cidade que tem um povo como o nosso, não pode ter outro adjetivo.

E para a Cidade ser ainda mais Maravilhosa, precisamos de pais orientados para isso... Pensem nisso!

Registrando: 1-Santa Casa- Exemplo de administração maravilhosa de filhos empresários que se doam e fazem o que fazem por amor a Mãe Lorena. Já virou referência no Brasil com visitantes e até presença do Governador do Estado.

2- Esporte-Equipe de GR /Equipe Cabral bike shop – São equipes campeãs e referências na cidade. A equipe de GR, brilhantemente comandada pela Prof. Márcia Cilene é um verdadeiro show, com total apoio da prefeitura e campeoníssima na região e destaque no Estado. A equipe de ciclismo do Cabral bike shop, sob o comando de Marcus Cabral é patrocinada por marcas e pessoas, sem vínculo com a prefeitura, porém, como está escrito no blog da equipe. Time vencedor, apaixonado pelo que faz, sempre conquistando um lugar no pódium!

3-Bandas e fanfarras- Tendo a Fagap como referência, é um projeto campeoníssimo no Estado e no País, o que demonstra o que falei no texto. Quando a mãe apóia, os filhos mostram do que são capazes. Nas próximas edições falarei de outras maravilhas da cidade.