terça-feira, 27 de dezembro de 2011

(120) 1869

"Ditadura é um discurso constante te ensinando que seus sentimentos, seus pensamentos, e desejos não têm a menor importância, e que você é um ninguém e deve viver comandado por outras pessoas que desejam e pensam por você." (Stephen Vizinczey)


Em 1869, a sociedade do Vale do Paraíba estava em convulsão. A região com a maior economia da Província de São Paulo e do Brasil, devido às imensas fazendas de café, tinha nos escravos o seu maior patrimônio econômico. A abolição, para as mentes conservadoras dos barões do Café, era inadmissível, assim como os ideais republicanos. Já para os liberais, que defendiam a abolição e o fim da monarquia, essa visão era retrógrada e desumana. Influenciados pelos pensamentos iluministas de Rosseau e pelos ideais da Revolução Francesa de liberdade, igualdade e fraternidade, eram comuns as reuniões nas tabernas e botequins da Lorena e das cidades do Vale Imperial. Essa nova filosofia foi decisiva nas eleições (conhecidas por eleições de paróquia) do ano anterior, onde os liberais saíram vencedores.

O Imperador D. Pedro II havia nomeado o Barão de Taunay como Presidente da Província de São Paulo e este nomeou, o Capitão José Vicente de Azevedo, a despeito de 10 processos que tinha contra si em juízo, para ser delegado de polícia, inspetor de instrução pública, comandante superior interino e inspetor de todas as estradas de Lorena e o maior cabo eleitoral dos conservadores do norte de São Paulo.

A derrota dos conservadores e o avanço das idéias liberais antiescravistas e republicanas iravam os fazendeiros conservadores e a violência também avançou como registrado no requerimento impetrado pelo deputado Oliveira Braga na sessão de 12 de maio de 1869, na Assembléia Legislativa Provincial de São Paulo. Ele sobe à tribuna e discorre ao Presidente Carrão e demais deputados como segue:

“Sr. Presidente; o Brasil inteiro tem neste momento os olhos fixos sobre um ponto da Província de São Paulo onde se passam cenas de verdadeiro canibalismo, cenas tais que poderiam por si só caracterizar o período desastroso que atravessamos, e levar ao estrangeiro uma bem triste idéia da nossa civilização, a não ser que se erguessem vozes indignadas para contra elas protestar em nome da moralidade do país. Refiro-me, Sr. Presidente, à infeliz cidade de Lorena, que voltada ao extermínio pelos agentes da ditadura, expia em horrores de todo o gênero o denodo com que soube em todas as épocas sustentar a vitoriosa bandeira da liberdade e lealdade (...) Propondo-me a esboçar diante desta Assembléia o quadro negro de um crime que figura de principal protagonista a primeira autoridade da província; permita-me V. Ex. que me afastando dos meus estilos parlamentares, entre em consideração de outra ordem, que reputo causas sinistras do estado melindroso daquela localidade, e que servirão de ponto de partida aos exames dos fatos de verdadeiro escândalo, que me forçam a vir à tribuna (...).

(...) Estou convencido, Sr. Presidente, que o direito supremo de indicar a polícia que deve dirigir o governo da nação (...) é uma disposição usurpada das leis liberticidas, que entregando nas mãos dos governos improvisados a polícia e a guarda nacional, armou-os com o poder de sufocar o livre pronunciamento das urnas e escrever com a ponta das baionetas o nome dos seus próprios representantes (...)

(...) não podia admirar-me a súbita ascensão do partido conservador, embora repudiado nas urnas; o que, porém, contristou-me, Sr. presidente, foi ver em pleno Século XIX, em um país civilizado, e por um ministério presidido pelo Sr. Visconde de Itaboraí, distribuir por cada uma das províncias do Império por nomes que simbolizavam uma política de extermínio a que foram em cada uma delas pejar as prisões de cidadãos inofensivos, encorrentar inocentes, levantar crimes, violar o santuário da honra das famílias, e, o que é ainda mais, Sr. Presidente, foi ver com olhos da indiferença o próprio assassinato cometido impunemente por urna policia desenfreada...”


Em seu longo discurso, o Deputado Oliveira Braga, sempre muito apoiado pelos colegas, os Deputados Paula Souza, Prudente de Moraes, Tito, entre outros, discorrera sobre a chacina promovida pelo então chefe da polícia de Lorena, o conservador Capitão José Vicente de Azevedo.

Oliveira Braga discorre sobre a personalidade violenta do Capitão José Vicente de Azevedo e, atribui as cenas de sangue, jamais vista na cidade, no dia 19 de fevereiro de 1869, ao Presidente e ao Chefe da Polícia da Província, por investi-lo de cargos de tanto poder.

Segundo o Deputado, a vitória dos liberais nas eleições paroquianas do ano anterior disparou a ira do capitão que mandou assassinar o fazendeiro liberal Junqueira e causou o suicídio, por diversas ofensas a moral, do também fazendeiro e liberal Cardoso.

Mais de quarenta famílias de bem da cidade se mudaram para as cidades vizinhas, temendo a ira e o desejo de vingança desenfreados do Capitão conservador.

Tanta barbárie só poderia resultar em mais barbárie. Assim, o capitão José Vicente de Azevedo foi vítima de uma emboscada que acabou com a sua morte no mesmo ano. Diante desse cenário, o Presidente Provincial mandou diligências para investigar a morte do correligionário, tentando subornar testemunhas para condenar outros liberais.

Esse fato mostra o desatino social vivido nos anos pré abolição e república na nossa cidade e região. A decadência das elites e oligarquias conservadoras ruralistas não admitia perder a hegemonia social e econômica.

O café entra em decadência na cidade e região a partir dos anos de 1870 e, como a história mostra, 18 anos depois, a libertação dos escravos aconteceu e, no ano seguinte, veio a República.

Esse fato expõe que nem tudo era tão lindo nos tempos dos opulentos Casarões da terra das palmeiras imperiais do Brasil Imperial. E para contrapor a frase de Louis Philippe de Ségur que diz que "A história é uma apelação dos erros contemporâneos aos juízos da posteridade”, fico com a do sábio mestre Mahatma Gandhi: “Se queremos progredir, não devemos repetir a história, mas fazer uma história nova."


Bibliografia: Annaes da Assembléia Legislativa Provincial de São Paulo 1869 – p.11-27



segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

(119)A representação social do enfermeiro acerca da atenção integral aos usuários de álcool e outras drogas em um município paulista no Brasil.

Esta matéria foi públicada no site oficial da Prefeitura Municipal de Lorena

 

Com o título acima, foi apresentado o trabalho do Enfermeiro da secretaria municipal de saúde de Lorena e Vereador Valdemir Vieira- Mafu, na XI conferência Iberoamericana de Educação em enfermagem da ALADEFE e o III Encontro Latinoamerica-Europa, realizado entre os dias 18 e 24 de setembro em Coimbra-Portugal.

O trabalho, um resumo da dissertação de mestrado apresentado no ano passado na Escola de Enfermagem da USP, em São Paulo, pelo Enfermeiro e Vereador Mafu, teve como cenário da pesquisa a cidade de Lorena e serviu para embasamento para outras pesquisas, principalmente no que se refere ao preparo dos profissionais de saúde para o atendimento aos usuários de álcool e outras drogas. Apresentado em Portugal no dia 23 de setembro pela Pós-doutoranda Maria Odete Pereira, a pesquisa realizada em nossa cidade, durante o ano de 2009, nos 10 PSF de Lorena, está auxiliando diversas outras pesquisas, não só no Brasil, mas agora, podemos dizer, no mundo todo.

Resumindo, a pesquisa evidencia que, com a implantação do programa de saúde da família em 1994, o ministério da saúde propôs reorganizar a saúde a partir da atenção básica, substituindo o modelo tradicional de pouca eficiência, priorizando ações de vigilância, prevenção, promoção e recuperação da saúde, de forma integral e contínua, dentro de uma área de abrangência. A pesquisa utilizou o método das representações sociais e foi dividido em 3 categorias de análise. Com a implantação da nova política de saúde mental, contemplando também os usuários de álcool e outras drogas no SUS, a partir de 2002, diversas dificuldades foram e estão sendo encontradas, como as que a pesquisa revelou, entre elas, destaca-se:

1º- Na análise da categoria processo de trabalho, emergiram as temáticas: produção dos cuidados de enfermagem; gerência e assistência, sendo que na última, foram elencadas as rotinas das unidades, visitas domiciliares sem menção ao trabalho com pacientes de álcool e outras drogas.

2º- Na categoria processo saúde-doença, foram citados vários conceitos que foram se alterando com a evolução e conhecimentos das sociedades nos diferentes momentos históricos, surgindo diversas interpretações acerca do processo saúde-doença, na busca de determinantes causais para o adoecimento. A concepção mágico-religiosa da antiguidade, atribuindo a dependência ao castigo ou ofensa ao divino faz parte do repertório, ainda hoje, de alguns profissionais, conforme observado na pesquisa.

3º- Na categoria processo de inclusão e exclusão social, verificou-se que a representação social dos enfermeiros em relação as suas práticas assistenciais aos usuários de álcool e outras drogas é a de que embora exista uma política de saúde regulamentada, essa está muito aquém de proporcionar uma realidade inclusiva para todos os usuários que necessitam ou buscam serviços especializados, como os centros de atenção psicossocial em álcool e outras drogas ou leitos para desintoxicação em hospital geral, determinando a exclusão social dessas pessoas.

A pesquisa revelou também que a ausência assistencial na rotina dos profissionais, que relataram as atividades cotidianas separando-as em ações gerenciais, assistenciais e educativas são seguidas de acordo com protocolos do ministério da saúde, vacinas, diabetes, hipertensão e pré natal, etc. Como não há protocolo ministerial para álcool e outras drogas, existe o entendimento que não precisa ou não se pode trabalhar com esse público em questão. Observou a inter-relação entre os referencias teóricos relacionados ao processo saúde-doença, concluindo que, a formação teórico-prática do enfermeiro é deficiente, e que é necessária a capacitação profissional para atuar com esse público em questão. Além disso, o preconceito observado entre os profissionais do estudo, para com os usuários de álcool e outras drogas, reflete o olhar que a sociedade ainda tem para com eles: de marginais e não de pessoas adoecidas. Essa concepção está arraigada nos estratos sociais, incluindo, os serviços de saúde.

“Eu que sou formado há mais de 13 anos também sinto a mesma dificuldade encontrada nos resultados deste trabalho que relataram os meus colegas enfermeiros. Precisamos repensar nossa atuação profissional e entender as necessidades dessas pessoas. Infelizmente, podemos observar que o descaso com essa clientela em questão é evidente, visto que o SUS só começou a trabalhar com eles e a efetivar uma política pública a partir de 2002. O resultado da pesquisa mostra que precisamos aumentar o número de horas de aulas práticas e teóricas na saúde mental e na temática de álcool e drogas urgentemente, nas faculdades de ciências da saúde e efetivar a política já posta pelo ministério da saúde para os usuários de álcool e outras drogas, como leitos para desintoxicação em hospital geral como as nossas Santas Casas e, posteriormente, acompanhamento nos Caps Ad (Centro de atenção psicossocial para álcool e drogas), ambos os serviços inexistentes, não apenas em Lorena, como em diversas cidades da região. Para os profissionais que já estão atuando na rede pública, precisamos realizar cursos de capacitação para que, assim, possamos dar os primeiros atendimentos lá no bairro, onde mora o usuário, ou seja, nas unidades básicas e PSFs. Só assim estaremos, de fato, combatendo a principal epidemia que atinge a nossa sociedade na atualidade, a epidemia silenciosa da dependência de álcool e outras drogas.

Para ter acesso a pesquisa na íntegra, disponível na biblioteca digital da Universidade de São Paulo, acesse o link http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7141/tde-11082010-095616/pt-br.php

terça-feira, 8 de novembro de 2011

(118) Alerta Máximo-A Dengue está acordando!

Artigo publicado em agosto no jornal Guaypacaré

Para quem pensava que a Dengue só poderia voltar em dezembro ou janeiro, grande engano.
Como o ovo do Aedes aegypt pode resistir até 480 dias, qualquer chuva deixando a água parada pode começará a infestação do mosquito novamente. Já há rumores de pessoas com os sintomas da dengue.
Essa constatação é para deixar todo a nossa cidade alerta e atenta, pois sabemos que a reinfecção da dengue pode ser ainda pior, com conseqüências como a Dengue Hemorrágica, que exige hospitalização e pode ser fatal.
Gostaria de parabenizar as ações voluntárias do grupo Lorena Mutirões de Limpeza, liderado por Simone Colombo e Eloísa Lopes, que desde o mês passado vem se reunindo na igreja Cristo Rei e também colocando a mão na massa para deixar os bairros da Vila Geny e Vila Nunes limpos, despertando a conscientização da população.
Ainda volto a insistir nos mutirões constates e sistemáticos em toda a cidade, com as diversas secretarias da prefeitura envolvidas, como já falei por vezes.
Só dividindo a cidade e colocando os caminhões para fazer a operação cata bagulho, com os agentes de saúde orientando, a educação promovendo o assunto e a comunidade envolvida, é que poderemos, senão zerar o número de casos, pelos menos reduzir muito e não termos mais o caos que foi esse ano.
A população também pode colaborar muito fazendo a sua parte, ou seja, cuidando do seu quintal e da sua casa, retirando quaisquer recipientes que possam acumular água, desde a tampinha de refrigerante, pratos de vasos, vasilha do cachorro, calhas entupidas, enfim, deixando tudo limpo e sem criadouros.
Não podemos aceitar mais, em pleno século XXI, termos essa doença na nossa cidade e corrermos o risco de uma epidemia com mortes sem procedentes.
Fica o nosso alerta para a nossa população e para a prefeitura. Se cada um fizer a sua parte, poderemos ficar livre dessa doença.

Começamos ontem, dia 07/11 um trabalho intensificado no Bairro da Cecap, seguindo um cronograma do círculo da Dengue, a prefeitura está trabalhando, precisamos, cada um de nós, sensibilizar e conscientizar a população!



domingo, 6 de novembro de 2011

(117) Por um Estado sem discriminação e respeito a cidadania!

Avanços nas questões da cidadania e repúdio à homofobia marcaram a II Conferência Estadual de Políticas Públicas e Direitos Humanos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais.

"Quando eu estava no exército, me deram uma medalha por matar dois homens e me dispensaram por amar um"

Leonard P. Matlovich

Imagine você e a sua família fazendo a viagem dos sonhos numa bela cidade européia e serem atacados pelo simples motivo de serem estrangeiros! Esse tipo de intolerância é chamado de xenofobia, comum em alguns países europeus, principalmente na Alemanha, onde existem grupos de neo nazistas que compartilham dos ideais de Eugenia, objetivando o delírio da raça pura e superior que justificou o assassinato de tantos judeus, no holocausto criado por Hitler.

A cada dia no Brasil, uma pessoa é violentada e assassinada por ter outra orientação sexual, é a homofobia que, também aqui em Lorena, fez e ainda continua fazendo muitas vítimas, algumas fatais, deixando familiares e amigos inconsoláveis pelo resto da vida.

As mobilizações, hoje com a sigla LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais), iniciou no Brasil em 1978 com o grupo SOMOS em São Paulo, mas teve uma interrupção devido ao advento da Aids, onde diversos militantes e organizações migraram para o combate a doença, na busca por políticas públicas no estado. Em 1990 o movimento volta a se organizar, ganhando o apoio de políticos e políticas públicas, manifestações como as paradas gay e com a II Conferência Estadual e Nacional que ocorrerá em dezembro, as questões LGBT saem da pauta das discussões para a pauta ética e técnica, fundamentadas em políticas públicas. A grande mídia vem colocando, intensamente, as discussões, através de debates, entrevistas e teledramaturgia; hoje é muito comum as novelas terem um núcleo gay, mostrando todas as questões, principalmente a homofobia, como foi demonstrado no assassinato de um personagem gay na novela insensato coração da rede globo, o beijo das lésbicas na produção amor e revolução que elevou o ibope do SBT, até as figuras esteriotipadas nas comédias como a transexual Valéria do zorra total.

Polêmicas a parte com relação a união civil e direitos dos casais homoafetivos, bem como adoção de filhos, o fato é que a sociedade não pode mais ficar de olhos vendados e tem de discutir a questão.

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) autorizou na terça-feira, 25 de outubro, o casamento civil entre duas mulheres gaúchas que vivem juntas há cinco anos, em união homoafetiva. Em maio, o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu legalmente a união estável entre pessoas do mesmo sexo . Com esta decisão, os mesmos direitos da união estável entre casais heterossexuais passaram a ser aplicados aos casais homossexuais. A decisão do STJ, no entanto, vai além e abre precedente na Justiça para que casais do mesmo sexo registrem a união civil e retirem a certidão de casamento no cartório.

É cada vez mais comum eventos para o público LGBT, pois o capitalismo já percebeu que trata-se de um público, na grande maioria, bem formado, com profissionais valorizados no mercado de trabalho, nas mais diferentes profissões e empresários de sucesso e sem grandes despesas como colégios e faculdades dos filhos e etc, porém, ainda é grande a pobreza e a exclusão. Quando a sociedade e o poder público não reconhecem a população LGBT como sujeitos de direitos, acabam gerando situações de fragilidade para o acesso da população ao trabalho, assistência social, lazer, educação e saúde, ou seja, aos princípios básicos garantidos pela lei.

Devido a isto e apoiados pelas secretarias estaduais de justiça e saúde e com a criação do departamento da diversidade sexual intersetorial, para fazer o diálogo das diversas secretarias de estados pautando a diversidade sexual, o Governo do Estado de São Paulo se destaca abrindo espaços para as políticas públicas LGBT, como da II Conferência que aconteceu nos dias 28, 29 e 30 de outubro.

O que a princípio era rosa, se tornou vermelho sangue quando começaram os debates da violência homofóbica, pobreza, exclusão social e preconceito, colocados por diversos grupos. Certamente que as políticas públicas a garantia de direitos são grandes avanços, porém, uma sociedade só realmente tem uma mudança efetiva quando entende , apreende, tolera e aceita as diferenças. Novamente voltamos a uma questão de educação e cultura e, quanto a isto, nosso país anda a passos lentos.




(116) Em busca da EXCELÊNCIA



Câmara Municipal pede ao Governador Geraldo Alckmin convênio para trazer o tratamento de hemodiálise e oncologia para a Santa Casa de Misericórdia de Lorena

"Considera-se, pois, mais fácil curar o corpo do que curar a alma."

(São Tomás de Aquino)

Desde sua criação pela constituição de 1988, o SUS (Sistema Único de Saúde) encontra, enquanto a mais ambiciosa política pública de saúde do mundo, grandes desafios para sua efetivação.

O princípio da Universalidade, que garante atendimento de saúde para todos os brasileiros gratuitamente, comumente é manchetes nos jornais, mostrando filas monstruosas e, não raramente fatais, despertando a indignação de quem precisa do serviço de saúde.

Se para ser atendido é uma grande luta, o que dizer do princípio da Integralidade, que garante o atendimento para todo e qualquer problema que tenha qualquer indivíduo?

Esses dois princípios são os pivôs para a garantia de um terceiro, a Resolutividade, ou seja, a solução para quaisquer problemas de saúde que tenhamos, da unha encravada até a neurocirurgia ou cirurgia cardíaca, passando pelos mais complexos exames e especialistas. Sonho? Pelo menos é o que garante a constituição.

Para organizar todos os serviços, o SUS se baseia nas diretrizes da Regionalização e Hierarquização, ou seja, distribuindo pólos para os serviços que chamamos de média e alta complexidade. No município, é obrigação do gestor garantir as ações de atenção básica (consultas, exames, vacinas e programas como o hiperdia- hipertensos e diabéticos, pré-natal, etc,) e o atendimento de urgência/emergência. Para os serviços de média e alta complexidade, através de um plano de pactuação entre os municípios, o SUS organiza estes atendimentos. Assim, a nossa Santa Casa, por exemplo, é referência para os serviços de internação e obstetrícia para os municípios de Piquete e Canas, assim, como o hospital regional de Taubaté é referência para os serviços mais complexos em cardiologia e neurologia, oncologia, hemodiálise, entre outras especialidades, para as cidades do vale.

O aumento da longevidade e, com ela, o aumento de algumas doenças, aliadas ao crescimento demográfico, a burocracia do próprio sistema, a falta de especialistas ou em número insuficiente, a falta de leitos, principalmente cirúrgicos e de UTI, entre outros fatores, fazem aumentar um outro dado, a demanda reprimida, ou seja, cada vez é maior o número de pessoas que não conseguem entrar no sistema ou demoram muito para terem as suas necessidades atendidas.

Para amenizar essas questões, o governo estadual implantou o AME (Ambulatório Médico de Especialidades) em cidades pólos, onde Lorena foi agraciada com uma unidade ainda em construção, ao lado do pronto-socorro. O objetivo é diminuir as consultas e diagnósticos dessa demanda reprimida que, no nosso caso, atenderá 17 municípios, de aparecida até Bananal, porém, após o diagnóstico, como ficará o tratamento dessas pessoas?

Antevendo esse novo gargalo do SUS, a mesa administrativa da Santa Casa e a Câmara Municipal de Lorena estão unidas em outro grande desafio: Sensibilizar o governo estadual a conveniar a Santa Casa ao SUS para os serviços de nefrologia (incluindo hemodiálise), oncologia (com internação para o tratamento de câncer com radioterapia e quimioterapia).

Assim, na sessão de câmara do dia 24 de outubro, apresentei na câmara municipal, com o apoio, aprovação e assinatura de todos os vereadores, a moção de apelo para que o Governador Geraldo Alckmin atenda esse pedido, colocando esses serviços a disposição dos aproximadamente 500 mil habitantes dos 17 municípios que já serão atendidos pelo AME em Lorena, na tentativa de conseguir, desta forma, não apenas para os Lorenenses, como também para os moradores do vale histórico, a resolutividade dos problemas de saúde, diminuindo as distâncias a serem percorridas, garantindo o acesso, diminuindo as demandas reprimidas e levando mais conforto e comodidade aos usuários do SUS, num momento de grande dor.

(115) COMMAM- Corações Marcados por Muito Amor!


Estou retornando a este espaço, depois de algumas perdas na família e de amigos. Repensando algumas coisas, comecei a refletir nas nossas atuações, não apenas as políticas, mas nas que unem a sociedade em busca de um objetivo.

Na questão da Termelétrica a gás que, provavelmente, será instalada na cidade de Canas, muito já foi publicado e falado das mazelas que ela trará, mas não quero falar dela, e sim no verdadeiro show de cidadania que o Conselho Municipal de Meio Ambiente de Lorena-COMMAM, nos ensinou durante todo o ano.

Não citarei nomes aqui, pois posso cometer a injustiça de esquecer alguém. Senhores, senhoras e senhoritas, pessoas voluntariosas que lutam com garras felinas para preservar o direito de perpetuar um ambiente mais saudável e sustentável, pessoas dignas de todo o meu respeito e admiração, que me motivaram e me ensinaram a acreditar, mesmo que a luta pareça estar perdida, pessoas que nunca deixam de acreditar e...prosseguir, mesmo a passos lentos que, certamente, conhecem bem o significado da letra da canção que diz “ Ando devagar porque já tive pressa e levo este meu sorriso, porque já chorei demais...”

É um grupo que agrega e é muito bom estar ao lado deles. É um grupo que sofre, mas que sempre tem um sorriso de esperança. Sem nenhum recurso, gastam sem pestanejar para viajar, fazer folhetos e faixas, telefonemas, viagens e o precioso tempo que os tiram do conforto do lar e do convívio da família, para se dedicarem as causas que acreditam...e fazem valer a pena.

Posso dizer que fiz grandes amigos e que tive grandes professores, pois aprendi muito com eles; não apenas nas questões técnicas que envolvem o funcionamento das usinas, impactos ambientais e danos a saúde; aprendi o mais importante; Aprendi que caminhar junto pode ser uma maravilhosa surpresa e uma inesperada compensação.

Foram eles que nos mostraram, a mim, a nossa câmara municipal e a toda a sociedade de Lorena, Canas e Cachoeira Paulista o que é a insanidade que vai romper com a nossa já mal fadada qualidade de vida. Foram eles que, mesmo escorraçados como cães sarnentos, não desistiram e levaram informações para esclarecer a população de Canas, na rua, com garoa e frio de Julho, o presente grego que iriam ganhar. Humilhação! Mas para o pessoal do COMMAM, foi uma maravilhosa experiência!

Quantas idas e vindas a São Paulo, deixando a deliciosa refeição de casa para comer as coxinhas dos postos de gasolina da Dutra...Manjar dos deuses!

Peregrinações nos gabinetes dos deputados que aprenderam com eles o que é uma termelétrica, o que é impacto ambiental, o que um Estudo de Impacto Ambiental (que praticamente retira uma serra de milhões de anos do mapa) e as faces de indignação. Conseguiram uma audiência pública na Assembléia... Mais peregrinação e no dia seguinte, cedinho, encontro com os religiosos...

Perseverantes vão até o Conselho de Meio Ambiente Estadual e conseguem nove votos contra a instalação, cinco conselheiros representantes do Governo estadual entendem e preferem se absterem de votar, mas, não dá para convencer todos a terem bom senso, a licença prévia é concedida...Resta agora a JUSTIÇA! O capitalismo selvagem, mesmo que temporariamente, venceu! Vejo, desolado, a qualidade de vida da Ilha de Samso na Dinamarca, com sua produção de energia eólica e solar e carros elétricos e nós, com geração de energia do século XIX! Não dá para acreditar!

Bravos guerreiros, muito obrigado por tudo que me ensinaram e pela verdadeira aula de cidadania, respeito e amor. Vocês fazem a diferença. Ouvi de vocês que criticar é fácil, mas que preferiam mostrar o caminho...

Com ou sem Termelétricas, vocês mostraram na prática o que é FAZER VALER A PENA!

Hoje, este singelo texto é uma homenagem e uma demonstração de respeito a todos vocês!

MUITO OBRIGADO!

Para saber mais, participe do grupo de discussão no facebook: Termelétricas no Vale do Paraíba e em Canas, Você sabe o que é?

terça-feira, 30 de agosto de 2011

(114) “Ser diferente é normal!” 22 de agosto-dia do excepcional

“O público dá-se perfeitamente conta de que o gênio é excepcional; ele convence-se, por conseguinte, de que tudo quanto é excepcional é gênio.”
Johan Henrik Kellgren
O que é uma “criança excepcional”? Essa nomenclatura, ainda hoje, é usada tanto para designar uma criança com deficiência quanto para uma criança talentosa, porém, alguns consensos afirmam que a criança excepcional é toda aquela que difere da maioria das crianças.

As crianças excepcionais são com freqüência, agrupadas para facilitar a comunicação entre os profissionais:

1. Desvios mentais: crianças intelectualmente superiores ou intelectualmente inferiores;

2. Deficiências sensoriais: crianças com deficiências auditivas e/ou deficiências visuais;

3. Desordens de comunicação: crianças com distúrbio emocional e/ou desajustamento social;

4. Deficiências múltiplas e graves: crianças com paralisia cerebral e retardamento mental, surdez e cegueira, deficiências físicas e/ou intelectuais graves.
Após uma gestação, muitas vezes planejada e muito desejada, é comum para pais e parentes próximos vislumbrarem uma criança perfeita. Ao ter um filho com alguma deficiência é comum, no início, os pais terem algum a dificuldade na aceitação do filho, o que é superado após o primeiro impacto.
No processo de superação, na maioria das vezes a ajuda profissional é um apoio muito importante, pois os pais precisam estar fortalecidos para tomar as decisões necessárias para o desenvolvimento da criança e, principalmente, de coração aberto para dar muito amor. As necessidades de uma criança excepcional, tais como, as necessidades de afeto, proteção, social, educacional, psicológicas, são iguais às das outras crianças e, na maioria das vezes, podem ser atendidas com cuidados especiais.
Na medida do possível e conforme a capacidade é importante integrar essa criança em convívio social normal como a escola. É vital que ela participe das brincadeiras e atividades, desenvolvendo um convívio social e conscientizando-se dos seus limites físicos. Especialistas da área afirmam que “ a deficiência impõe seus limites sendo os cuidados e providências específicos necessários, porém, para que a criança desenvolva seu potencial ela não necessita ser poupada, superprotegida e nem sufocada com excessivo carinho e amor. Essa tendência natural dos pais e parentes próximos para compensar as limitações, em geral, produzem efeitos indesejados na criança, que percebe sentimentos de piedade e compaixão para com ela”. As primeiras pessoas que devem ser trabalhadas nesse caso são os próprios pais.
O principal desafio para pais e educadores dessas crianças, ainda hoje, é evitar a segregação. Essas crianças serão futuros adultos e, como quaisquer outros, tem necessidades, desejos, qualidades e defeitos inerentes a todo ser humano.
Sempre marcado com grande rejeição, pais e amigos de pessoas com deficiência foram formando associações como a APAE - Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais, que no Brasil nasceu em 1954, no rio de Janeiro. Com o objetivo principal de promover a atenção integral à pessoa com deficiência, prioritariamente aquela com deficiência intelectual e múltipla, a Rede Apae destaca-se por seu pioneirismo e capilaridade, estando presente, atualmente, em mais de 2 mil municípios em todo o território nacional.
Em Lorena, fundada em 23 de março de 1970, essa instituição é um grande orgulho para a nossa cidade.
Ainda me lembro da antiga sede da APAE no sobrado na Avenida Drº Peixoto de Castro, onde hoje é uma academia. Quando criança, sempre meus professores nos levavam para visitarmos e aprendermos a conviver com aquelas crianças e isso foi muito saudável para a nossa geração; não sei se ainda existe essa troca, é interessante para os nossos educadores, tanto da rede pública quanto da particular, promoverem essa integração; fica aqui a minha sugestão pessoal.
Nossa APAE, como todas as outras, é uma entidade de caráter social e assistencial, sem fins lucrativos e sem vínculos políticos ou religiosos. As atividades são orientadas no sentido de promover o atendimento nas necessidades básicas dos indivíduos e sua inclusão com respeito no seio da família e de toda a sociedade.
Instituição digna de aplausos parabenizo sua Presidente a Srª Maria Olympia de Jesus Ferreira, estendendo ao quadro da direção executiva, funcionários e voluntários, pois hoje são atendidas 156 crianças da nossa cidade, além de Canas e Piquete.
Com excelente estrutura física e profissional, a APAE de Lorena conta com serviços de enfermagem, assistência social, psicologia, pedagogia, psicopedagogia, fonoaudiologia, fisioterapia, odontologia, educação física, artes e trabalhos manuais, tudo cercado de muito carinho com jardim e playground, piscina, refeitórios, oficinas pedagógicas, etc.
Atualmente a APAE está recebendo um repasse de 25 mil reais da prefeitura municipal, votado na câmara municipal e os demais recursos advém de doações e promoções, portanto, é uma instituição que está sempre precisando de ajuda.
A APAE de Lorena convida a todos para participarem da 5ª Semana da Pessoa com Deficiência Intelectual e múltipla que acontecerá no dia 22 de agosto à partir das 9 horas da manhã na Praça Arnolfo Azevedo. Participe e leve os seus filhos ou a sua turma se você for professor e ensine as crianças a aprenderem desde cedo que “Ser diferente é normal!”
Quem quiser colaborar com a APAE Lorena o telefone da instituição é 3159 3550

(113) XÔ POLUIÇÃO, TERMELÉTRICAS NA REGIÃO, NÃO!!!

(112) No Palácio dos Bandeirantes, Vereador Mafu e o Secretário de Governo Antonio José assinam o convênio para a Reforma do Estádio do Vera Cruz.


A cidade de Lorena assinou no dia 1º de agosto, no Palácio dos Bandeirantes, na capital, um convênio com o governo do estado de São Paulo, para a realização da reforma no Estádio Municipal Vera Cruz, localizado no bairro da Cruz.
O Secretário de Governo, Antonio José, representando o Prefeito Paulo César Neme, assinou o convênio, acompanhado do Vereador Mafu.
O recurso chegará ao município por meio de uma emenda parlamentar destinada pela deputada estadual Rita Passos, a pedido do vereador Valdemir Vieira- Mafu. Com a reforma o estádio receberá um novo gramado, arquibancadas, iluminação, vestiário e lanchonete.
Para o vereador Mafu o recurso está sendo muito importante “porque beneficiará a restauração de um patrimônio público que estava abandonado e necessitando de reforma”. De acordo com o vereador o Estádio é usado para a realização de projetos sociais, por meio do esporte, desenvolvido com crianças e jovens do município, que estão em situação de vulnerabilidade social.
O vereador também destaca o empenho da parlamentar pelo município de Lorena. “A deputada Rita é muito especial em nossa cidade, pois sabemos da dificuldade que um parlamentar encontra para conseguir recursos para um município. A deputada sempre tem nos atendido em nossas solicitações, como a Verba para a construção do Centro de Especialidades Odontológicas na Unidade básica de Saúde do Bairro da Cruz e, agora, na reforma do Estádio Vera Cruz”.
As obras iniciarão nos próximos meses, depois da licitação e a reinauguração do estádio com as novas instalações está prevista para março do próximo ano.


domingo, 22 de maio de 2011

(111) PROVA DE REDAÇÃO DA UFMG

Recebi essa mensagem por e mail, resolvi postar aqui para pensarmos na Educação que temos. Preocupante!

Onde vamos parar? Vejam só o que alguns dos vestibulandos foram capazes de escrever na prova de redação da Universidade Federal de Minas Gerais, tendo como o tema: "A TV FORMA, INFORMA OU DEFORMA?"

A seleção foi feita pelo prof. José Roberto Mathias.

"A TV possui um grau elevadíssimo de informações que nos enriquece de uma maneira pobre, pois se tornamos uns viciados deste veículo de comunicação". (Deus!)

"A TV no entanto é um consumo que devemos consumir para nossa formação, informação e deformação". (Fantástica!)

"A TV se estiver ligada pode formar uma série de imagens, já desligada não..." (Ah bom, uma frase sobrenatural ) .

"A TV deforma não só os sofás por motivo da pessoa ficar ba stante tempo intertida como também as vista" (Sem comentários ).

"A televisão passa para as pessoas que a vida é um conto de fábulas e com isso fabrica muitas cabeças" (Como é que pode ?).

"Sempre ou quase sempre a TV está mais perto denosco (?), fazendo com que o telespectador solte o seu lado obscuro" (esta é imbatível).

"A TV deforma a coluna, os músculos e o organismo em geral" (É praticamente uma tortura !).

"A televisão é um meio de comunicação, audição e porque não dizer de locomoção" (Tudo a ver).

"A TV é o oxigênio que forma nossas idéias" (Sem ela este indivíduo não pode viver).

"...por isso é que podemos dizer que esse meio de transporte é capaz de informar e deformar os homens" (Nunca tentei dirigir uma TV ).

"A TV ezerce (Puxa!!! ) poder, levando informações diárias e porque não dizer horárias" (Esse é humorista, além de tudo).

" E nós estam os nos diluindo a cada dia e não se pode dizer que a TV não tem nada a ver com isso" (Me explica isso? ).

"A televisão leva fatos a trilhares de pessoas" (É muita gente isso, hein?).

"A TV acomoda aos tele inspectadores" (Socorro!!!).

" A informação fornecida pela TV é pacífica de falhas" (Vixe!).

"A televisão pode ser definida como uma faca de trezgumes. Ela tanto pode formar, como informar, como deformar" ( onde essa criatura arrumou esta faca???).

segunda-feira, 16 de maio de 2011

(110) ENFERMAGEM-UMA SAGA DE AMOR PARA AMENIZAR A DOR. (Artigo do Vereador Mafu publicado no jornal guaypacaré na edição do dia 14 de maio de 2011)

“A Enfermagem é uma arte; e para realizá-la como arte, requer uma devoção tão exclusiva, um preparo tão rigoroso, quanto à obra de qualquer pintor ou escultor; pois o que é tratar da tela morta ou do frio mármore comparado ao tratar do corpo vivo, o templo do espírito de Deus? É uma das artes; poder-se-ia dizer, a mais bela das artes!”

Florence Nightingale

A enfermagem como profissão evoluiu muito através da história. As práticas eram associadas ao trabalho feminino devido à maternidade desde os primeiros grupos nômades. Na antiguidade, as referências do trabalho eram com relação à assistência ao parto e ao trabalho nos templos junto aos sacerdotes com as práticas místico-religiosas de cura através de rituais. Na Grécia antiga, depois dos estudos indutivos de Hipócrates, baseado na inspeção e observação e de que a doença não era castigo de Deus (ou dos deuses) e sim resultado da ação e reação do homem com a natureza, modificaram as práticas assistenciais. Na idade média, conhecida como a idade das trevas, há um retrocesso dessas práticas, voltando às concepções místicas e atribuindo as doenças como a lepra, ao castigo divino, sugerindo que era devido ao pecado pelo contato entre os corpos; em outros casos como a esquizofrenia, por ouvir vozes, os loucos eram condenados à fogueira, como forma de matar o demônio que ocupava aqueles corpos. A peste negra e outras epidemias dizimavam sociedades inteiras, levando a preocupação de que algo (fora o divino ou o diabólico) era a causa das doenças, surgindo os primeiros hospitais, hospícios e asilos, sendo os doentes cuidados por religiosos católicos, O tratamento baseava-se em cuidados básicos de higiene, alimentação e conforto espiritual, fato que influenciou nossos hospitais até nos dias atuais, com a presença das freiras nas nossas Santas Casas (enfermeiras e professoras competentíssimas por sinal). Nessa época, o embrião da enfermagem moderna começava a desenvolver com trabalhos sistematizados e rotinas de cuidados, porém, um fato histórico causa o que conhecemos como período negro da enfermagem, esse fato foi A Reforma Religiosa. Nesta fase conturbada da história, alguns Reinos (países) expulsaram os religiosos católicos dos já carentes hospitais, substituindo-os por degenerados que, como forma de punição, tinham de cuidar dos doentes. Homens, mulheres e crianças usavam as mesmas dependências e viviam amontoados uns sobre os outros.
Após a revolução bacteriana de Louis Pasteur e com o advento da Revolução Industrial e o capitalismo crescente, as preocupações com a saúde da classe operária, que estava florescendo, fizeram com que, sob a visão político-econômica, a sociedade do final do século XVIII e início do XIX exigissem novas políticas de saúde, nascendo assim a enfermagem moderna. Em 12 de maio de 1820 (Dia do Enfermeiro), nasceu Florence Nightingale, em Florença na Itália. Filha de ingleses, Florence Nightingale possuía inteligência incomum, tenacidade de propósitos, determinação e perseverança, além de dominar o inglês, francês, alemão, italiano grego e latim. Estudou as atividades das irmãs católicas em Roma e, decidindo servir a Deus, trabalhou em Kaiserswert, na Alemanha, descobrindo seu amor pela Enfermagem. Em 1854, a Inglaterra, a França e a Turquia declaram guerra à Rússia: é a Guerra da Criméia. Os soldados acham-se no maior abandono. A mortalidade entre os hospitalizados é de mais de 40%.
Florence partiu para Scutari com 38 voluntárias entre religiosas e leigas vindas de diferentes hospitais, organizaram os hospitais de campanha e a mortalidade decresce de 40% para 2%. Os soldados fazem dela o seu anjo da guarda e a imortalizaram como a "Dama da Lâmpada" porque, de lanterna na mão, percorre as enfermarias, atendendo os doentes. Durante a guerra contraiu tifo e ao retornar da Criméia, em 1856, levou uma vida de inválida, porém, por seus trabalhos, recebeu um prêmio do Governo Inglês, iniciando, o que para ela, é a única maneira de mudar os destinos da Enfermagem - uma Escola de Enfermagem, fundando a primeira em 1859 no Hospital Saint Thomas, que passou a servir de modelo para as demais escolas que foram fundadas posteriormente, no mundo inteiro.
No Brasil, no período colonial, grupos de escravos foram os primeiros a prestarem cuidados nos domicílios junto com os religiosos e na nossa colonização, desde o início foi incluída a abertura das Casas de Misericórdia, que tiveram origem em Portugal, sendo a primeira fundada na Vila de Santos, em 1543. No dia 13 de dezembro de 1814, nasceu Ana Justina Ferreira, na Cidade de Cachoeira, na Província da Bahia. Casou-se com Isidoro Antonio Nery, enviuvando aos 30 anos. Seus dois filhos, um médico militar e um oficial do exército, são convocados a servir a Pátria durante a Guerra do Paraguai (1864-1870). Anna Nery não resiste à separação da família e escreve ao Presidente da Província, colocando-se à disposição da Pátria. Em 15 de agosto de 1865, parte para os campos de batalha, onde dois de seus irmãos também lutavam. Improvisa hospitais e não mede esforços no atendimento aos feridos. Após cinco anos, retornou ao Brasil, foi acolhida com carinho e louvor como a Mãe dos Brasileiros, recebeu uma coroa de louros e Victor Meireles pintou sua imagem, que foi colocada no edifício do Paço Municipal, no Rio de Janeiro. O governo imperial lhe concedeu uma pensão, além de medalhas humanitárias e de campanha. Faleceu no Rio de Janeiro a 20 de maio de 1880. A primeira Escola de Enfermagem fundada no Brasil, no Rio de Janeiro, recebeu o seu nome.
Na atualidade, a Enfermagem tem seu espaço de destaque nos serviços de saúde, gerenciando unidades e coordenando um trabalho de equipe fundamental para a promoção, recuperação e reabilitação em saúde.
12 de maio é o dia do Enfermeiro, e na Semana da Enfermagem fica a minha homenagem, admiração e respeito por todos os meus colegas Auxiliares, Técnicos e Enfermeiros. Parabéns a todos nós!

quarta-feira, 11 de maio de 2011

(109) QUANDO UM "BARATO" SAI MUITO "CARO"- OXI ANOVA DROGA PODE ESTAR MAIS PERTO DO QUE PENSAMOS!

A localização privilegiada da nossa cidade de Lorena, situada no Eixo São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais tem o seu lado negro-a rota natural do narcotráfico.
Vivemos uma epidemia silenciosa, porém, mais avassaladora para os nossos jovens e sociedade em geral; vivemos a epidemia da degradação humana pelas drogas a olhos vistos.
No centro da cidade ou nos bairros, em todo o lugar, percebemos, com sentimento de impotência, boa parte dos nossos jovens morrendo aos poucos.
Com os laços familiares fragilizados, desempregados e sem expectativas sócio-educacionais-culturais, as rupturas sociais marginalizam ainda mais os usuários de álcool e outras drogas, gerando outros problemas como assaltos, violências diversas, suicídios, entre outros.
Ainda não temos nenhuma política pública efetiva, mas já existe um começo- O relatório final da 1ª Conferência Municipal de Políticas de Drogas do COMAD (Conselho Municipal de Políticas sobre Drogas), realizado em outubro passado, estabelece uma série de diretrizes e serviços que ainda não foram implantados por diversas razões.
Estamos preparando também uma grande sensibilização em álcool e outras drogas para todos os profissionais que atuam na atenção básica do nosso município (PSF, UBS, Caps e Pronto-Socorro), desmistificando o assunto para os profissionais e propondo práticas assistenciais para dar um primeiro atendimento e atenção em saúde para essa população.
As notícias não são nada boas; Já chegou em São Paulo o OXI (Oxidado), uma mistura de pasta de cocaína com gasolina (querosene ou água de bateria) permanganato de potássio e cal virgem. A droga também é vendida sob a forma de pedras e é fumada em latinhas ou cachimbos como seu primo Crack, porém, é muito mais letal. Introduzido no Brasil através do Estado do Acre em meados da década passada, esta nova droga deixou perplexos até mesmo os pesquisadores do assunto naquele estado, como relata o pesquisador Álvaro Mendes da ONG Rede Acreana de Redução de Danos –Reard:

“No começo eles sentem uma sensação de euforia, de ânimo. Depois vem o medo, a mania de perseguição, a paranóia”. A droga só dá “barato” no momento em que está sendo consumida, e cada pedra dura cerca de 15 minutos. Para perpetuar o barato, o álcool serve de alívio entre uma pipada e outra, num ritual que se alonga por mais de 6 horas, geralmente à noite... “Quando parava de pipar a pedrinha, tragando a fumaça pela boca, ele caía vomitando e defecando, e ficava tendo “barato” no meio do vômito e das fezes, até se levantar para consumir de novo”.

O Oxi é extremamente nocivo ao organismo e seu uso perturba o sistema nervoso central e leva à “paranóia”, ao medo constante, nervosismo, emagrecimento e envelhecimento rápidos. Os usuários ficam com cor amarelada, têm problemas de fígado, dores estomacais, dores de cabeça, náuseas, vômitos, diarréia constante, dificuldades para respirar e o óbito também é rápido, menos de dois anos no máximo, geralmente por complicações renais, hepáticas ou pulmonares.
Na cracolândia em São Paulo já há notícias da popularização do Oxi, pois o preço favorece: enquanto uma pedra de Crack custa 10 reais, a do Oxi custa em torno de 2 a 5 reais. A semelhança entre ambas dificulta a diferenciação entre elas.
Ainda não se comenta em Lorena, mas conhecendo o poder de difusão das drogas na nossa região, este artigo fica como um alerta para todos nós, afinal, as drogas não fazem distinção de raça, sexo, classe social ou idade. Direta ou indiretamente, a vulnerabilidade é de toda a nossa sociedade.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

(107) AGORA CHEGOU A VEZ VOU CANTAR, MULHER LORENENSE EM PRIMEIRO LUGAR! Publicado na edição de 23 de abril de 2011 na coluna do Vereador Mafu no Jornal Guaypacaré.

Nossa cidade sempre foi famosa por suas belas mulheres, fama esta comprovada no ano passado quando nossa Miss Lorena, Gisele Finotti, se classificou em 3º lugar no concurso de Miss São Paulo, gerando grande protesto, pois para o público e mídia, ela merecia ter sido a vencedora. Polêmica à parte aconteceu na sexta-feira, 15 de abril, no salão social do Clube Comercial de Lorena, o belíssimo concurso Miss Lorena e Mini Miss Lorena 2011. Quem assistiu pode comprovar a veracidade da fama da nossa cidade. Foi um concurso disputadíssimo, com mulheres e meninas belíssimas, deixando o corpo de jurados numa situação dificílima; escolher dentre 14 lindas mulheres apenas uma para ser a representante da beleza da mulher Lorenense. O resultado apontou como nossa Miss Lorena 2011 a lindissima Sara, como primeira princesa Eveline, o título de segunda princesa foi para Jéssica e a Miss Simpatia foi para Thamires. A Mini Miss Lorena foi a encantadora e pequenina Lourdes Maria. Todas as pequenas também esbanjaram graça e simpatia tirando acalorados aplausos de um grande público. Parabéns a nossa amiga Lena da Ponte, ao corpo de jurados de alta capacidade e ao departamento de eventos da prefeitura municipal (Telma Venditi e companhia) que não deixaram por menos, deram um show de grande competência.
E por falar em Maravilhosas Mulheres, aconteceu no dia 31 de março, no Espaço Gratinado, um café em homenagem as mulheres denominado MULHER DE FÈ, fechando o mês da mulher.
O objetivo também foi o de iniciar reuniões mensais com alguns segmentos da nossa população (Café da Cidadania) criando um espaço para discutirmos as Políticas Públicas na cidade e o papel da sociedade nesse contexto. Durante o encontro foi falado do papel da mulher desde a revolta do sutiã até na atualidade como mãe, esposa, filha, aposentada, avó, trabalhadora e política e da força da mulher que também comanda nosso país de quase 200 milhões de habitantes. Discorremos também algumas questões de violência doméstica, de desigualdade salarial, preconceito e da necessidade da alta estima para romper essas barreiras.
Foi feita uma palestra pela Pastora Maria Rita que também falou da importância das mulheres na bíblia sagrada e na religião. Em seguida foi feita uma oração abençoando a saúde de todos e aquele momento, depois fizemos uma homenagem individualmente, encerrando com um delicioso café.
Para as convidadas que não puderam estar presentes, entregarei a minha homenagem pessoalmente, só que dessa vez quem vai tomar um cafezinho serei eu ( e não vou perder esta oportunidade!)
Agradeço ao trabalho incansável e impecável da minha assessoria e de todos os amigos que de uma maneira ou de outra contribuíram para que fosse possível a realização desse evento como a Lucelena Vieira que, voluntariamente, apresentou todo o evento e ao Dr Guilherme Brito que, gentilmente, cedeu o Espaço Gratinado para esse acontecimento de cidadania.
Agradeço especialmente as nossas Mulheres de Fé que contribuem para o desenvolvimento da nossa cidade e por sempre nos doarem... Mulheres Lorenenses em primeiro lugar!

Mulheres de Fé homenageadas pelo Vereador Mafu no Café da Cidadania (Mulher de Fé) do mês de março.
(NICILÉIA RIBEIRO BASTOS MILET, ZÉLIA ALVES, MÁRCIA DE ALMEIDA MILET, ANA MARIA RIBEIRO SANTOS, MARIA APARECIDA ALVES SANTOS, EMILIA AMBROSA RAMOS, ELAINE GOMES DE CARVALHO MALDONADO, IVONE FERREIRA ROSA, PAULA ONOFRE TIMÓTEO, MARIA ZENAIDE DA CONCEIÇÃO OLIVEIRA, VICENTINA APARECIDA MARIOTTO, MEIRE DE ALMEIDA ROCHA, REGINA HELENA DE SOUZA DOMINGOS, SHEILA SALLES DO ESPIRITO SANTO, MARIA DAS GRAÇAS MOREIRA, LUCILIA MOREIRA DA SILVA, LUCIA HELENA DE ARAÚJO, HELENA PIEDADE TAVARES PEREIRA, HELENA APARECIDA LEMES BRITO, LUDMILA APARECIDA VILLELA NUNES OSUNA, NEUZA BENEDITA REIS, MARIA DAS DORES MORAES ALEXANDRE, MARIA HELENA MARCOS MACHADO, ROSA MARIA DE ABREU, CLARICE TELLES CALIXTO FERREIRA, MARIA CRISTINA BASTOS DE ASSIS, MARIA APARECIDA DOS SANTOS ALVIN, JOSIANE VIEIRA RODRIGUES, ELIZABETE VIEIRA, LUZIA VIEIRA DE AMORIM SIQUEIRA, BENEDITA MARIA DO CARMO VIEIRA, LEILA VIEIRA DE OLIVEIRA, VERA LUCIA VIEIRA, RITA EUFRAZIA MARQUES MOREIRA, PIEDADE MARQUES, CRISTIANE LOPES REIS CALAZANS, MARIA RITA DE OLIVEIRA SIMOURA, SOLANGE MARIA BERNARDES DOS SANTOS, NEUZA SOUZA AZARIAS FURTADO, IRANI DA SILVA FURTADO)

sábado, 23 de abril de 2011

(107) CONTRA OS INSETOS, MAFÚ NELES!

MAFÚ INSETICIDA AÇÃO TOTAL
TERRÍVEL CONTRA O MOSQUITO DA DENGUE, BARATAS, FORMIGAS, MOSCAS E INSETOS EM GERAL
AGORA EM NOVA EMBALAGEM
EXPERIMENTE VOCÊ TAMBÉM!

segunda-feira, 18 de abril de 2011

(106) "DOMINGO DE RAMOS"

Hoje é domingo de Ramos. O Domingo de Ramos abre por excelência a Semana Santa. Relembramos e celebramos a entrada triunfal de Jesus Cristo em Jerusalém, poucos dias antes de sofrer a Paixão, Morte e Ressurreição. Este domingo é chamado assim porque o povo cortou ramos de árvores, ramagens e folhas de palmeiras para cobrir o chão onde Jesus passava montado num jumento. Com folhas de palmeiras nas mãos, o povo o aclamava “Rei dos Judeus”, “Hosana ao Filho de Davi”, “Salve o Messias”... E assim, Jesus entra triunfante em Jerusalém despertando nos sacerdotes e mestres da lei muita inveja, desconfiança, medo de perder o poder. Começa então uma trama para condenar Jesus à morte e morte de cruz!

domingo, 17 de abril de 2011

(105) POMBA BRANCA DA PAZ, POMBA CINZA OU POMBA ROLA... NÃO PEGUE O POMBO QUE É ROLO! Artigo do Vereador Mafu publicado na edição do dia 16 de abril de 2011 no Jornal Guaypacaré.


Originários da Europa e introduzidos na América do Sul no século XVII, os pombos se tornaram mais uma praga urbana em diversas cidades brasileiras. A grande oferta de alimentos (lixo ou oferecida pelas pessoas) aliada ao pequeno número de predadores naturais como as aves de rapina e o grande número de abrigos na cidade, fizeram com que a adaptação dos pombos acontecesse de maneira avassaladora, favorecendo a reprodução e proliferação nas zonas urbanas. Com esse cenário, essas aparentes inocentes aves, que simbolizam até a paz, podem causar grandes danos a nossa vida, motivo de mais uma preocupação para a saúde pública.
Doenças como a Toxoplasmose, que pode causar cegueira, aborto e até a morte, Histoplasmose (infecção pulmonar causada por fungos), erisipela, criptococose (infecção no cérebro causada por fungos) Salmonelose, entre outras mais de 26 doenças graves podem ser transmitidas pelos pombos. A maioria dos microorganismos causadores dessas doenças está presente nas fezes secas dessas aves. Depositadas no chão ou em outros objetos, as fezes secas, ao serem varridas se misturam ao pó comum e podem ser inaladas causando as doenças, além do piolho dos pombos que também são hospedeiros de micróbios patogênicos.
Existem relatos que aqui em Lorena, uma professora de 44 anos ficou internada por vários meses em 2010, com inflamação no cérebro (Criptococose - meningite aguda) e com infecção pulmonar grave (Histoplasmose), vivendo um tratamento doloroso e de alto custo para o SUS. Ela se contaminou ao varrer seu quintal inalando o pó com as fezes secas do animal. Também se fala de uma senhora que, ao reaproveitar a água da chuva para regar hortaliças, se contaminara, pois a água reaproveitada estava contaminada com as fezes de pombos que estavam no telhado, depositando os micróbios nas verduras que ela ingeriu.
Recebi um abaixo assinado recentemente de moradores do bairro Santa Edwiges preocupados com a praga dos pombos naquele bairro e constatei que a quadra da escola estava em péssimas condições devido às fezes desses animais. Protocolei uma moção de apelo ao Executivo, mas mesmo antes de ser apresentado na câmara municipal, comuniquei e agradeço as providências tomadas pela prefeitura em limpar aquele local que agora será telado para impedir a invasão desses ratos voadores que, infelizmente, invadiram as cidades porque estamos tirando deles o seu habitat natural, onde corujas e gaviões mantinham sua população sobre controle.
Deixo registrado aqui o alerta a nossa população: Antes de alimentar esses “inocentes animais”, cuidado, você pode estar correndo um sério risco de vida!
Agradeço ao Srº Antonio de Andrade, da Editora Opção, que manifestou sua preocupação e, coincidentemente, na mesma semana que recebi o abaixo assinado dos moradores do Bairro Santa Edwiges, também recebi o seu e mail, manifestando seu temor e fornecendo muitas informações relevantes para a redação deste texto. Nesse momento que estamos vivendo a Epidemia de Dengue na cidade, fica também o alerta para os males que podem ser transmitidos pelos “inocentes pombinhos”.

E o combate a Dengue não pode parar: Críticas, sugestões e denúncias:
comissaodenguelorena@hotmail.com

Faça como o Sr Antonio de Andrade e tantos outros, participe dos trabalhos do Vereador Mafu, envie mensagens para: vereadormafu@hotmail.com



(104) MOÇA BONITA NÃO PAGA MAS TAMBÉM NÃO LEVA! Vereador Mafu pede a redução do ISS dos feirantes da cidade de Lorena

Perde-se no tempo a origem das feiras livres; alguns estudiosos afirmam que em 500 a.C. já havia feiras no Médio Oriente, nomeadamente em Tiro e Sidon. Também eram conhecidas entre os Gregos e Romanos. Mercadores de terras distantes juntavam-se, trazendo os seus produtos para troca por outros. A história da humanidade está repleta de referências às feiras, relacionando-as ao comércio e às festividades religiosas de dias santos, daí deriva a palavra latina feria, que significa dia santo, feriado, que deu origem à palavra portuguesa feira, à espanhola feria e à inglesa fair.
Na Bíblia Cristã, há referência das feiras e até da fúria de Jesus Cristo com os mercadores como coloca São Marcos (11:17) quando diz que: “ ... chegaram a Jerusalém, e, entrando no templo, começou a expulsar os que ali vendiam e compravam; derrubou as mesas dos cambistas e os bancos dos vendedores de pombos, e não permitia que se transportasse qualquer objeto através do templo”.
A Europa do século XI saía do feudalismo, no qual as pessoas viviam em territórios limitados, produzindo tudo o que precisavam, sendo que quando algo faltava, conseguiam-no através de trocas.
Durante as Cruzadas, reabriram o caminho pelo mar mediterrâneo e possibilitaram aos europeus um maior contacto com o Oriente, de onde traziam mercadorias raras e exóticas (cravo, canela, pimenta, seda, porcelana), cobiçadas na Europa e, assim, se deu o renascimento comercial e a volta do dinheiro que estava, até então, em desuso. Dessa forma ocorreu o renascimento das cidades (cercadas por muralhas chamadas burgos) e esses produtos eram vendidos nas feiras. Esses comerciantes, iniciando um processo de capitalização, passaram a ser denominados burgueses.
O registro da primeira feira em Portugal data de 1229, tornando-se tradicional em todo o país e trazida por eles desde os primórdios da colonização do Brasil e, aqui, também se transformou em uma tradição em nossas cidades. Em muitos lugares no interior do país elas são o principal e, às vezes, o único local de comércio da população. Muitas vezes elas funcionam também como centros culturais e de lazer.
Com o passar dos anos, o número de feirantes foi aumentando e o poder público interveio com o objetivo de disciplinar, fiscalizar e, é claro, cobrar os impostos.
Eu, particularmente, gosto muito do visual colorido das frutas e barracas das feiras que se misturam com os diversos tipos de sons e cheiros; pessoas circulando de um lado para outro, conversando, escolhendo os produtos, pechinchando e os feirantes chamando atenção para os seus produtos, sempre com a famosa frase “MOÇA BONITA NÃO PAGA, MAS TAMBÉM NÃO LEVA”, onde tudo parece ser uma deliciosa confusão organizada funcionando a tempo e lugar certos.
Como de costume, vou à feira, fazer minhas pechinchas (amo os pacotinhos de um real), comer um delicioso pastel com guaraná caçulinha (não sei quem inventou isso, mas parece que é mais uma tradição na feira, todo mundo come pastel com caçulinha), conversar com as pessoas e os feirantes que são nossos amigos e tem até clientela fixa.
Eles se uniram e me pediram para, através da câmara municipal, pedir ao nosso prefeito, através do setor de tributação, a revisão e redução do ISS (Imposto sobre serviço) que, na maioria dos casos, sofreu um aumento de mais de 100%.
Dessa forma, apresentei na sessão do dia 13 de setembro a moção de apelo nº 308, aprovada por unanimidade de votos, pedindo a reavaliação e redução desse imposto, uma vez que, além do trabalho árduo que começa muito antes do nascer do sol e da grande concorrência dos mercados e super mercados que também oferecem os mesmos produtos, diminuindo a margem de lucro, ficou inconcebível pagar um tributo tão elevado e, alguns, até já desistiram da atividade que é o sustento de muitas famílias, não apenas da nossa cidade, como de cidades vizinhas também. Isso sem contar as condições de trabalho, pois ainda não dispomos de sanitários adequados (outro pedido meu), obrigando-os a pedir nos bares locais para fazer uso. Assim, reforço através dessa coluna, o pedido de redução desse tributo ao nosso executivo que, através de mim, representa o pedido de dezenas de trabalhadores e centenas de pessoas que tem seu sustento nessa honesta, digna e tradicional atividade. E você, minha querida dona de casa, que não tem o costume de ir a feira livre, comece a freqüentar a feira do centro ou do seu bairro, pois além do convívio com as pessoas, você aprenderá a arte da pechincha e de quebra ainda aumenta o ego e melhora a auto-estima com os elogios, pois é um lugar que todos irão te chamar: Moça bonita, moça bonita!