quinta-feira, 17 de junho de 2010

(82) SAÚDE É O QUE INTERESSA E O RESTO TAMBÉM (PARTE 2). Sobre a saúde do homem!

Essa matéria sobre a Saúde do Homem também teve boa repercussão. Vale a pena conferir. Boa leitura.


A herança patriarcal que nos foi legada condicionou a nossa sociedade a um erro cultural de que o “homem não chora e tem que ser cabra macho”.



Essa concepção plantou no inconsciente masculino que o homem é forte por natureza e que não precisa de outros cuidados.



Essa concepção, uma construção social, também influenciou os programas nacionais de saúde que com os seus “pacotes prontos” desde a época do militarismo, implantou diversos programas de saúde tais como: saúde da criança, da mulher, tuberculose, hanseníase, diabetes e hipertensão, do trabalhador, etc, e a saúde do homem?



Esse pensamento retrógrado causou alguns danos de saúde ao sexo masculino, como por exemplo:



A expectativa de vida da mulher é de 76,52 anos, a do homem é de 68,92 anos, ou seja, o homem brasileiro vive 7,6 anos a menos que a mulher.



Dos óbitos registrados entre as idades de 20 e 59 anos, 68% são homens, ou seja, a cada três adultos que morrem no Brasil, 2 são homens. Com relação a esse dado, é importante ressaltar que 91% das mortes violentas em adultos jovens, são homens. È só observarmos o que acontece e já aconteceu na cidade nesse aspecto.



No geral, para cada consulta médica de um homem, temos 4,5 para as mulheres, isso tirando as consultas de pré-natal.



A estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA) é de que teremos, em 2010 aproximadamente, 50.000 casos novos de câncer de próstata e, mais de mil pênis serão amputados devido ao câncer.







Diante desses dados alarmantes, o Ministério da Saúde lançou, em agosto do ano passado, a política pública de saúde do homem, com pelo menos 30 anos de atraso (antes tarde do que nunca). Para a implantação, existem grandes desafios, o principal deles é vencer a barreira cultural da população masculina brasileira. O Ministério pretende fazer uma grande campanha de divulgação em toda mídia e cartilhas educativas para distribuição gratuita.



Serão 8 eixos norteadores para a implantação dessa política de saúde com investimentos de mais de 614 milhões de reais. O primeiro já está sendo aplicado no valor de 8 milhões para que os gestores estaduais elaborem o Plano de Ação 2009-2011.



É importante salientar também que, além dos problemas do aparelho reprodutor masculino, os homens também estão adoecendo mais de problemas emocionais, como depressão, pânico, entre outros, cardíacos e endócrinos como diabetes e alguns estudos já se referem ser devido à repressão emocional, como não chorar quando se está triste e não demonstrar afeto para não aparecer menos “macho”.



A sugestão para a propaganda, segundo algumas especulações, seria de algum apelo que fosse direto na alma masculina, algo como:



MACHO QUE É MACHO SE CUIDA!



Então fica a sugestão para você, meu amigo machão: Não espere a implantação do programa e procure um médico na rede de saúde municipal ou mesmo particular se você puder. Independente do programa, eles sabem muito bem cuidar de você.






terça-feira, 15 de junho de 2010

(81) O COZIDO DA VIZINHA É BEM MELHOR!

Amigos, há alguns meses publiquei essa matéria no jornal também. A repercussão foi muito grande e os comentários sobre o assunto pela cidade também. Então boa leitura e aguardo os comentários. Abração. Mafu

Vi uma cena inusitada nesta semana e me indaguei uma série de coisas.

Estava com alguns amigos no bairro do quilombo, na cidade de Piquete, quando apareceu o Srº José. Naquele instante, meu amigo gritou em gargalhada: Olha que braço peludo? Ao observar melhor percebi que ele chegava, simplesmente, com um galo embaixo do braço. Ao questioná-lo, ele me respondeu: “Precisava engalar minhas galinhas, esse galo é do meu vizinho e estou indo devolver a ele”. Ainda questionando, ele me disse que até tinha uns galos “bons”, mas que ia fazer um cozidão, porquê o galo do vizinho era muito melhor...

Essa história, até que engraçada, me fez pensar uma série de coisas:

Porque sempre o que é do outro é melhor? Ouço, por exemplo, que em Lorena, nenhum investimento vai para frente, mas quando alguém investe numa loja ou numa lanchonete ou restaurante, por exemplo, as pessoas continuam saindo daqui e indo para cidades vizinhas, como Guaratinguetá, por exemplo.

Admiro muitas as pessoas de lá, que valorizam sua cidade e suas tradições e não permitem que desvalorizem ou que falem mal da cidade, mesmo com todos os defeitos. Percebi isso quando lecionei no curso de enfermagem na Escola “Dr Benedito Meireles”. Nos quase 6 anos de trabalho, percebi lá o que não vejo em Lorena. O orgulho de ser de onde você é e valorizar o que você tem... Será por isso que ninguém de outra cidade se aventura a sair candidato por lá e aqui em Lorena tivemos apenas 3 prefeitos Lorenenses em toda a nossa história ? Sei não, mas acho que isso fez uma grande diferença... O que você acha?

Por lá, lutaram e canonizaram Frei Galvão, exaltam Rodrigues Alves e Drº Zerbine. Onde está em Lorena, por exemplo, a Rua Consuelo Leandro? Esta grande artista Lorenense, até hoje, nunca recebeu nenhuma homenagem (estou esperando aparecer uma rua ou avenida nova, mais central, para colocar o nome dela, acham merecido?) ou de pessoas nem tão famosas, mas de imenso esmero como tantos que temos e tivemos aqui. Porque não Rua Arthur Ballerine ao invés de Madame Curie (nada contra a francesa de origem polaca, mas o que ela tem com Lorena?) Ou que tal Presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira no lugar de Presidente Roosevelt (o que esse grande presidente americano tem com a gente, será que nos Estados Unidos eles tem uma avenida chamada Tancredo Neves?)

Não fiz nenhum projeto com nome de rua ainda, acho que esse texto me inspirou...

Temos a igreja do Rosário dos Pretos, famosa pelo milagre com o filho do cantor Sérgio Reis e que iniciou a Canção Nova Da Tia Laura (onde está a canção nova agora?), a Catedral de Nossa Senhora da Piedade e a única Basílica de São Benedito do hemisfério sul, sem contar as nossas tradições salesianas e, com tudo isso, a Renovação Carismática Católica terá sua sede nacional no município vizinho de Canas (aplausos para o prefeito Naldinho e equipe) que até poucos anos atrás era distrito de Lorena e tem uma população de 5 mil pessoas. Guaratinguetá e São Luiz do Paraitinga têm um carnaval famosíssimo. Devido a destruição causada pelas chuvas, não tiveram a festa. Lorena teve um belíssimo carnaval, prestigiado por quase 20 mil pessoas, e ainda assim há muitas críticas por isso. E só porque em Guará e São Luíz não teviram carnaval, Lorena não poderia ter também? Se fosse ao contrário, se nessas cidades tivessem tido carnaval; se justificaria porque tem comunidades e tradições maravilhosas. E as nossas? Naquelas cidades, pessoas de um poder aquisitivo maior participando da festa e empresas é algo normal, aqui é motivo de espanto. Porquê?

Fiquei feliz ao saber que o nome da Etec será Padre Leôncio, nada contra o Paula Souza, mas o que ele representa para nossa terra?

Para completar, faço um “salve” aos nossos colunistas deste jornal. Que prazer poder ler e aprender com os textos da Dona Ana Luísa, do Srº Nelson Pesciota, Srº Olavo Rubens, Srº Adilson, Srº Edivaldo, a amiga Valéria Fortes ou meus colegas vereadores, Martinho, Marcelinho e Toto! Porque são nossos não merecem os nossos aplausos e admiração? Agora se fossem Lorenenses escrevendo para o Estadão ou Vale Paraibano? Seria diferente? Vejam o exemplo de Paulo Coelho, desvalorizado aqui, reconhecido lá fora para poder imortalizar aqui! Aproveito para justificar (embora tardiamente) minha ausência na posse dos imortais da nossa cidade, estava em luto fora do município, mas muito me honra e me orgulha dizer que temos em nossa cidade a “Academia de Lorena de Letras”. São pessoas nossas, coisas nossas, cultura nossa e a gente nossa que devemos valorizar. Se em Guaratinguetá e outros municípios as pessoas são tradicionalistas, bairristas e isso está dando certo por lá, não seria uma ótima opção de imitação e resgate de orgulho? Vamos testar essa receita valorizando mais nossa gente, nosso comércio, nossos templos, nossa bandeira e questionar o que não estiver de acordo, participando mais das decisões da nossa cidade. Só assim teremos um lugar melhor e mais feliz para se viver e não precisaremos mais dizer: “A COMIDA DE CASA É BOA, MAS O COZIDO DA VIZINHA É BEM MELHOR!” Pense nisto!



quinta-feira, 10 de junho de 2010

(79) Uma ação local por uma causa global. 5 dejunho, dia mundial do meio ambiente e da ecologia!

Essa matéria foi publicada no jornal guaypacaré no dia 5 de junho último, onde falo das metas da política estadual do meio ambiente para os municípios serem certificados como Município Verde-Azul. Boa leitura a todos e até mais!


Em 1866 o biólogo alemão, Ernst Haeckel (1834-1919), criou formalmente a disciplina que estuda a relação dos seres vivos com o meio ambiente e a esse ramo da Biologia deu o nome de ECOLOGIA. O prefixo "eco" vem do grego "oikos", que significa, casa, domicílio, habitat.

Desde o dia 5 de junho de 1972, quando começou a ser comemorado o Dia Mundial do Meio Ambiente, a ONU (Organização das Nações Unidas) e todos os outros segmentos sociais mundiais debatem as questões ambientais e dão uma face humana aos problemas e soluções relacionados com o meio ambiente. A data é marcada por manifestações em diferentes cidades do mundo todo em defesa da preservação e de outras políticas ambientais.

Em 1988, pela primeira vez na nossa história, a Constituição Federal abordou o tema do meio ambiente. O Art. 225 exerce na Constituição o papel de principal norteador do meio ambiente, devido a seu complexo teor de direitos, mensurado pela obrigação do Estado e da Sociedade na garantia de um meio ambiente ecologicamente equilibrado, já que se trata de um bem de uso comum do povo que deve ser preservado e mantido para as presentes e futuras gerações, definindo as competências dos entes da federação. Essa iniciativa teve como objetivo promover a descentralização da proteção ambiental, dando a União, Estados, Municípios e Distrito Federal ampla competência para legislarem sobre matéria ambiental, apesar de sempre surgirem os conflitos de competência, principalmente junto às Administrações Públicas.


A Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo vem adotando esta política mais efetivamente nos últimos anos, democratizando e descentralizando as ações das políticas ambientais com o Projeto Estratégico Município Verde Azul (verde-matas; azul-ar e água). Na política de gestão ambiental compartilhada, o Governo Estadual e os municípios tomam decisões conjuntas, estimulando ações municipais em prol do meio ambiente e da sociedade. A adesão dos municípios ao Projeto se dá a partir da assinatura de um “Protocolo de Intenções” que propõe 10 Diretivas Ambientais que abordam questões ambientais prioritárias a serem desenvolvidas, estabelecendo a parceria entre Estado e Município, avaliando critérios específicos rumo às ações necessárias para que o município seja certificado como “Município Verde Azul”. Todos os 645 municípios paulistas já assinaram o Protocolo. .



As 10 Diretivas são: 1- Esgoto Tratado: Realizar a despoluição dos dejetos em 100% até o ano de 2010, ou, sendo financeiramente inviável, firmar um termo de compromisso com a Secretaria Estadual do Meio Ambiente, comprometendo-se a efetivar o serviço até o final de 2014. 2- Lixo Mínimo: Eliminar até 2010 os lixões a céu aberto, promovendo a coleta seletiva e a reciclagem do lixo no município. 3- Mata Ciliar: Auxiliar o governo na recuperação das matas protetoras dos córregos e das nascentes d’água. 4-Arborização urbana: Aprimorar as áreas verdes municipais, diversificando a utilização das espécies plantadas, visando atingir 12 m² por habitante. 5-Educação ambiental: Implementar um programa de educação ambiental na rede de ensino municipal, promovendo a conscientização da população a respeito dos problemas ecológicos. 6-Habitação sustentável: Definir critérios de sustentabilidade na expedição de alvarás da construção civil, restringindo o uso de madeira da Amazônia e favorecendo tecnologias de economia de água e energia fóssil. 7- Uso da água: Implantar um programa municipal contra o desperdício de água. 8- Poluição do ar: Auxiliar o governo no combate da poluição atmosférica, especialmente no controle da fumaça preta dos ônibus e caminhões a diesel. 9-Estrutura ambiental: Criar um Departamento ou Secretaria municipal de meio ambiente. 10-Conselho de Meio Ambiente:Constituir órgão de participação da sociedade, envolvendo a comunidade local na agenda ambiental.

Percebemos nossa tarefa não é fácil, mas é muito possível. Lorena ainda não conseguiu o certificado, estamos caminhando para isso, pois alguns itens já foram implantados. Estamos na posição 221 com 74,77 pontos entre os 645 municípios paulistas, bem à frente de cidades como Guaratinguetá que está na posição 338 com 59,25 e Taubaté na posição 456 com 43,65 na avaliação da Secretaria Estadual.

Ainda há muito a ser feito na cidade e em todo mundo com relação ao meio ambiente. Vamos lutar pela criação do Parque Ecológico na Represa do DAEE, reabertura para o público da Águas do Barão, visitas constantes de crianças e adultos na Floresta Nacional de Lorena (horto florestal) e construir parques e áreas de lazer como na lagoa do mondesir e em áreas próximo ao Rio Paraíba, despertando a consciência ecológica dentro dos nossos lares com economia de água,luz e, principalmente, lutando pela implantação da educação ambiental nas nossas escolas e despertando a consciência ambiental que todos devemos ter, não apenas no dia de hoje.

Obs:As fotos desta postagem foram tirads na represa do DAEE, local ideal para a implantação de um parque ecoturístico em Lorena.

TCHAU... PARDAL...FUI!

quinta-feira, 3 de junho de 2010

PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS FLORES... E ESPINHOS

PESSOAL, ESTA MATÉRIA ESCREVI NO DIA 31 DE MARÇO DE 2010, NO DIA QUE COMPLTOU46 ANOS DO GOLPE MILITAR. ESSA MATÉRIA CONTOU OS REFLEXOS DO GOLPE SOBRE A VIDA DA MINHA FAMÍLIA. BOA LEITURA! ABRAÇÃO!

Caminhando e cantando e seguindo a canção, somos todos iguais,braços dados ou não...”

As águas de março fecharam o verão de 1964 com prenúncio de anos difíceis. À noite do dia 31 de março foi a data do golpe militar... De madrugada, embaixo de chuva, ouvem-se barulhos de motores, bater de portas, vozes. O toque na porta de madrugada e a invasão por militares dentro dos lares; metralhadoras apontadas para as cabeças das crianças e...

Assim foram as prisões de inúmeras pessoas naqueles dias. Com meu pai, José Vieira, foi exatamente assim.

Levado ao exército, lá encontrou muitos cidadãos de bem da nossa cidade, nomes que não citarei aqui, pois são pessoas que não querem lembrar desse episódio. Delegados, médicos, advogados, padres e bispos, operários, jornalistas, enfim, pessoas de todas as classes sociais e categorias profissionais, pais de família que se tornaram, de uma hora para outra, SUBVERSIVOS, inimigos do novo regime que se instalava: a Ditadura Militar.

Da prisão no exército de Lorena, ele e os outros foram levados para o Departamento de Ordem Política e Social (DOPS). Ao sair de lá, viu-se desempregado, perseguido, vigiado e com 5 filhos para criar (meus irmãos mais velhos, somos em oito no total). Ao contrário das pessoas de mais expressão na época que iam para o exílio na Europa, por exemplo, ele foi trabalhar de autonômo como pedreiro (para arrumar emprego precisava do “Atestado de Antecedente Político e Social, emitido pelo DOPS), vendeu a casa com um grande terreno e comprou uma menor, para usar o dinheiro para o sustento da família. Idealista, viu com muita tristeza a instauração dos Atos Institucionais nos anos que se seguiram (anos de chumbo), como o Ato Institucional Nº5- AI 5 de 13 de dezembro de 1968, que suspendia várias garantias constitucionais, dando poderes absolutos ao Presidente. A primeira consequência foi o fechamento do Congresso Nacional, Assembléias Estaduais e Câmaras Municipais por quase um ano, dando aos Executivos Federal, Estadual e Municipal a função de legisladores também; podia suspender os direitos políticos de quaisquer cidadãos por 10 anos e cassar mandatos eletivos federais, estaduais e municipais. O Poder Judiciário também se subordinava ao Executivo, pois os atos praticados de acordo com o AI-5 excluiam-se de qualquer apreciação judicial. A censura prévia se estendia à imprensa, à música, ao teatro e ao cinema, impedindo qualquer manifestação cultural que fosse contra o regime (ou que entendessem que fosse). Muitas mortes de estudantes e manifestantes ocorreram nesse período. Os protestos eram reprimidos a balas e granadas (sem que a imprensa divulgasse). No início dos anos 70 a Ditadura Militar Brasileira adotou meios cruéis de repressão como, tortura, sequestro, cárcere privado, assassinato e esquartejamento do corpo das vítimas e ocultação das partes do cadáver, sendo que as famílias nunca foram informadas, pois nem mesmo a prisão dessas pessoas eram admitidas, surgindo, então, o termo Desaparecido Político, para designar as vítimas desse período (só reconhecidos em 1995 no governo de Fernando Henrique). Como tantos da época, meu pai morreu muito cedo, em 1971, deixando 7 filhos (eu tinha 1 ano) e minha mãe grávida de 2 meses da minha irmã mais nova. Hoje se fala da grande depressão coletiva e na morte precoce que se abateram sobre os presos políticos e pessoas de bem que não acreditavam/aceitavam o assassinato da democracia.

Foram praticamente 21 anos de ditadura (1964-1985), de repressões individual, coletiva, da imprensa, da representação política. Foram 20 anos de “cale a boca, é assim e pronto”e eu fico pensando: Será que os 26 de redemocratização (1985-2010) ainda não foram suficientes, mesmo com eleição após eleição, para a construção da verdadeira democracia? Será que precisaremos de outra repressão para valorizarmos a nossa liberdade? E que liberdade é essa se querem tirar nossa criatividade e não se ensina mais a ter pensamento crítico?Para onde foram os festivais que eram nascedouros de verdadeiros talentos da boa música e cultura? A política que temos é a política que queremos? Só faremos protesto se a mídia inflamar como no “fora Collor”? E fora da onde se ele é senador hoje?

Sei que ainda tenho mais perguntas do que respostas, assim como a maioria, mas estou certo que a flor da democracia não pode morrer ou se fazer inexpressiva, sob pena de desrespeitarmos a memória dos que se foram por ela, como meu pai e tantos outros que sofreram para ver um país e uma sociedade livres, nos legando a dignidade e espírito de luta. E nós? O que estamos passando para as próximas gerações enquanto cidadãos e políticos? Ainda prefiro que as esperanças moldem os sonhos de uma cidade e um país melhor e não nossas decepções. O exercício da democracia é difícil pela diversidade de olhares, mas são esses diferentes olhares que tornam nosso mundo tão singular e completo, mas precisamos de tolerância e compreensão para tal. Nós, agentes políticos e cidadãos, devemos discutir idéias e soluções para a melhoria da nossa terra e melhor qualidade de vida para o nosso povo e não podemos perder tempo com divagações vãs que não interessam e nem nos acrescentam em nada, pois quem sabe não espera o que pode acontecer, o tempo vai embora sem a gente perceber ou como no refrão: “Vem, vamos embora que esperar não é saber, quem sabe faz a hora, não espera acontecer”...



Nota: Em 1968, no Festival Internacional da Canção no Rio de Janeiro, no maracanazinho, Chico Buarque e Tom Jobim ganharam o festival com a canção “Sabiá”. Segundo os periódicos da época, foi a maior vaia da história, pois a canção que ficou em segundo lugar, com esses versos acima como refrão, foi aclamada como campeã, emocionando a todos e tornando-se um hino contra a ditadura. Esse fato causou um grande dissabor na elite militar que obrigou seu compositor, Geraldo Vandré, ao exílio na Europa e sua canção foi proibida e censurada em todo o país. O nome dela éPRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS FLORES”.