domingo, 6 de novembro de 2011

(117) Por um Estado sem discriminação e respeito a cidadania!

Avanços nas questões da cidadania e repúdio à homofobia marcaram a II Conferência Estadual de Políticas Públicas e Direitos Humanos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais.

"Quando eu estava no exército, me deram uma medalha por matar dois homens e me dispensaram por amar um"

Leonard P. Matlovich

Imagine você e a sua família fazendo a viagem dos sonhos numa bela cidade européia e serem atacados pelo simples motivo de serem estrangeiros! Esse tipo de intolerância é chamado de xenofobia, comum em alguns países europeus, principalmente na Alemanha, onde existem grupos de neo nazistas que compartilham dos ideais de Eugenia, objetivando o delírio da raça pura e superior que justificou o assassinato de tantos judeus, no holocausto criado por Hitler.

A cada dia no Brasil, uma pessoa é violentada e assassinada por ter outra orientação sexual, é a homofobia que, também aqui em Lorena, fez e ainda continua fazendo muitas vítimas, algumas fatais, deixando familiares e amigos inconsoláveis pelo resto da vida.

As mobilizações, hoje com a sigla LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais), iniciou no Brasil em 1978 com o grupo SOMOS em São Paulo, mas teve uma interrupção devido ao advento da Aids, onde diversos militantes e organizações migraram para o combate a doença, na busca por políticas públicas no estado. Em 1990 o movimento volta a se organizar, ganhando o apoio de políticos e políticas públicas, manifestações como as paradas gay e com a II Conferência Estadual e Nacional que ocorrerá em dezembro, as questões LGBT saem da pauta das discussões para a pauta ética e técnica, fundamentadas em políticas públicas. A grande mídia vem colocando, intensamente, as discussões, através de debates, entrevistas e teledramaturgia; hoje é muito comum as novelas terem um núcleo gay, mostrando todas as questões, principalmente a homofobia, como foi demonstrado no assassinato de um personagem gay na novela insensato coração da rede globo, o beijo das lésbicas na produção amor e revolução que elevou o ibope do SBT, até as figuras esteriotipadas nas comédias como a transexual Valéria do zorra total.

Polêmicas a parte com relação a união civil e direitos dos casais homoafetivos, bem como adoção de filhos, o fato é que a sociedade não pode mais ficar de olhos vendados e tem de discutir a questão.

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) autorizou na terça-feira, 25 de outubro, o casamento civil entre duas mulheres gaúchas que vivem juntas há cinco anos, em união homoafetiva. Em maio, o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu legalmente a união estável entre pessoas do mesmo sexo . Com esta decisão, os mesmos direitos da união estável entre casais heterossexuais passaram a ser aplicados aos casais homossexuais. A decisão do STJ, no entanto, vai além e abre precedente na Justiça para que casais do mesmo sexo registrem a união civil e retirem a certidão de casamento no cartório.

É cada vez mais comum eventos para o público LGBT, pois o capitalismo já percebeu que trata-se de um público, na grande maioria, bem formado, com profissionais valorizados no mercado de trabalho, nas mais diferentes profissões e empresários de sucesso e sem grandes despesas como colégios e faculdades dos filhos e etc, porém, ainda é grande a pobreza e a exclusão. Quando a sociedade e o poder público não reconhecem a população LGBT como sujeitos de direitos, acabam gerando situações de fragilidade para o acesso da população ao trabalho, assistência social, lazer, educação e saúde, ou seja, aos princípios básicos garantidos pela lei.

Devido a isto e apoiados pelas secretarias estaduais de justiça e saúde e com a criação do departamento da diversidade sexual intersetorial, para fazer o diálogo das diversas secretarias de estados pautando a diversidade sexual, o Governo do Estado de São Paulo se destaca abrindo espaços para as políticas públicas LGBT, como da II Conferência que aconteceu nos dias 28, 29 e 30 de outubro.

O que a princípio era rosa, se tornou vermelho sangue quando começaram os debates da violência homofóbica, pobreza, exclusão social e preconceito, colocados por diversos grupos. Certamente que as políticas públicas a garantia de direitos são grandes avanços, porém, uma sociedade só realmente tem uma mudança efetiva quando entende , apreende, tolera e aceita as diferenças. Novamente voltamos a uma questão de educação e cultura e, quanto a isto, nosso país anda a passos lentos.




5 comentários:

Tiago André disse...
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Maria Cecília Prado disse...
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José Augusto (Vila Cida) disse...
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Marco Antonio (Cruzeiro) disse...
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Pedro Ribas disse...
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