terça-feira, 15 de junho de 2010

(81) O COZIDO DA VIZINHA É BEM MELHOR!

Amigos, há alguns meses publiquei essa matéria no jornal também. A repercussão foi muito grande e os comentários sobre o assunto pela cidade também. Então boa leitura e aguardo os comentários. Abração. Mafu

Vi uma cena inusitada nesta semana e me indaguei uma série de coisas.

Estava com alguns amigos no bairro do quilombo, na cidade de Piquete, quando apareceu o Srº José. Naquele instante, meu amigo gritou em gargalhada: Olha que braço peludo? Ao observar melhor percebi que ele chegava, simplesmente, com um galo embaixo do braço. Ao questioná-lo, ele me respondeu: “Precisava engalar minhas galinhas, esse galo é do meu vizinho e estou indo devolver a ele”. Ainda questionando, ele me disse que até tinha uns galos “bons”, mas que ia fazer um cozidão, porquê o galo do vizinho era muito melhor...

Essa história, até que engraçada, me fez pensar uma série de coisas:

Porque sempre o que é do outro é melhor? Ouço, por exemplo, que em Lorena, nenhum investimento vai para frente, mas quando alguém investe numa loja ou numa lanchonete ou restaurante, por exemplo, as pessoas continuam saindo daqui e indo para cidades vizinhas, como Guaratinguetá, por exemplo.

Admiro muitas as pessoas de lá, que valorizam sua cidade e suas tradições e não permitem que desvalorizem ou que falem mal da cidade, mesmo com todos os defeitos. Percebi isso quando lecionei no curso de enfermagem na Escola “Dr Benedito Meireles”. Nos quase 6 anos de trabalho, percebi lá o que não vejo em Lorena. O orgulho de ser de onde você é e valorizar o que você tem... Será por isso que ninguém de outra cidade se aventura a sair candidato por lá e aqui em Lorena tivemos apenas 3 prefeitos Lorenenses em toda a nossa história ? Sei não, mas acho que isso fez uma grande diferença... O que você acha?

Por lá, lutaram e canonizaram Frei Galvão, exaltam Rodrigues Alves e Drº Zerbine. Onde está em Lorena, por exemplo, a Rua Consuelo Leandro? Esta grande artista Lorenense, até hoje, nunca recebeu nenhuma homenagem (estou esperando aparecer uma rua ou avenida nova, mais central, para colocar o nome dela, acham merecido?) ou de pessoas nem tão famosas, mas de imenso esmero como tantos que temos e tivemos aqui. Porque não Rua Arthur Ballerine ao invés de Madame Curie (nada contra a francesa de origem polaca, mas o que ela tem com Lorena?) Ou que tal Presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira no lugar de Presidente Roosevelt (o que esse grande presidente americano tem com a gente, será que nos Estados Unidos eles tem uma avenida chamada Tancredo Neves?)

Não fiz nenhum projeto com nome de rua ainda, acho que esse texto me inspirou...

Temos a igreja do Rosário dos Pretos, famosa pelo milagre com o filho do cantor Sérgio Reis e que iniciou a Canção Nova Da Tia Laura (onde está a canção nova agora?), a Catedral de Nossa Senhora da Piedade e a única Basílica de São Benedito do hemisfério sul, sem contar as nossas tradições salesianas e, com tudo isso, a Renovação Carismática Católica terá sua sede nacional no município vizinho de Canas (aplausos para o prefeito Naldinho e equipe) que até poucos anos atrás era distrito de Lorena e tem uma população de 5 mil pessoas. Guaratinguetá e São Luiz do Paraitinga têm um carnaval famosíssimo. Devido a destruição causada pelas chuvas, não tiveram a festa. Lorena teve um belíssimo carnaval, prestigiado por quase 20 mil pessoas, e ainda assim há muitas críticas por isso. E só porque em Guará e São Luíz não teviram carnaval, Lorena não poderia ter também? Se fosse ao contrário, se nessas cidades tivessem tido carnaval; se justificaria porque tem comunidades e tradições maravilhosas. E as nossas? Naquelas cidades, pessoas de um poder aquisitivo maior participando da festa e empresas é algo normal, aqui é motivo de espanto. Porquê?

Fiquei feliz ao saber que o nome da Etec será Padre Leôncio, nada contra o Paula Souza, mas o que ele representa para nossa terra?

Para completar, faço um “salve” aos nossos colunistas deste jornal. Que prazer poder ler e aprender com os textos da Dona Ana Luísa, do Srº Nelson Pesciota, Srº Olavo Rubens, Srº Adilson, Srº Edivaldo, a amiga Valéria Fortes ou meus colegas vereadores, Martinho, Marcelinho e Toto! Porque são nossos não merecem os nossos aplausos e admiração? Agora se fossem Lorenenses escrevendo para o Estadão ou Vale Paraibano? Seria diferente? Vejam o exemplo de Paulo Coelho, desvalorizado aqui, reconhecido lá fora para poder imortalizar aqui! Aproveito para justificar (embora tardiamente) minha ausência na posse dos imortais da nossa cidade, estava em luto fora do município, mas muito me honra e me orgulha dizer que temos em nossa cidade a “Academia de Lorena de Letras”. São pessoas nossas, coisas nossas, cultura nossa e a gente nossa que devemos valorizar. Se em Guaratinguetá e outros municípios as pessoas são tradicionalistas, bairristas e isso está dando certo por lá, não seria uma ótima opção de imitação e resgate de orgulho? Vamos testar essa receita valorizando mais nossa gente, nosso comércio, nossos templos, nossa bandeira e questionar o que não estiver de acordo, participando mais das decisões da nossa cidade. Só assim teremos um lugar melhor e mais feliz para se viver e não precisaremos mais dizer: “A COMIDA DE CASA É BOA, MAS O COZIDO DA VIZINHA É BEM MELHOR!” Pense nisto!



7 comentários:

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...
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Anônimo disse...

Tudo me parece ser muito relativo,Mafú.
A história prova que em Guaratinguetá,por exemplo, que lá santo de casa faz milagre.Já em Lorena, além dos santos de casa não fazerem milagres, alguns que vieram de fora, também não fazem.
Eu estava pensando:sim, porque eu leio e penso muito, sobre muitas coisas: dados estatísticos mostram que a grande maioria de novas empresas que entram no mercado,fecham as portas antes de um ano de atividade. Isso, se deve a falta de experiência, de preparação, de planejamento e de pesquisa de mercado, por parte de seus empreendedores.
Cheguei a conclusão: que na politica é a mesma coisa. A grande maioria dos que entram pra vida política não procuram se preparar, conhecer o terreno onde pretende pisar, o cenário onde pretende atuar e os personagens com quem vão contracenar. Muitos -não generalizando -só pensam nos benefícios, nos prós e nunca nos contras, nas dificuldades, nas complicações e obstáculos que teriam que enfrentar.
Pra piorar -também não generalizando - os que conseguem sobreviver nesse mundo tempo e acumular alguma experiência, não optam por tentar fazer a diferença... daí, veio minha inspiração pra escrever a frase abaixo:

" Existem sim bons politicos, existem sim bons eleitores...pena que não em quantidade suficiente pra transformar o mundo num lugar melhor"

Embora muito novo, já passei por muitos desafios nesta vida: o último, aconteceu entre Janeiro e Fevereiro deste ano quando aceitei um desafio; onde até aos olhos de minha equipe a chance de vitória nesta competição era impossível.
Não confiavam em "si" mesmos, muito menos em mim "um iniciante"...praticamente um "anônimo' até então.
Mas, mesmo sobre olhares de desconfiança, segui enfrente, porque eu sabia onde estava pisando, em qual cenário era a disputa e com quem eu estava contracenando...
mesmo tendo como principal adiversário, uma equipe forte liderada por alguem super experiente,altamente gabaritado eu, não desanimei.
Talvez, porque a minha maior virtude era o fato de ninguém me conhecer. Não sabiam que eu vinha estudando, por assim dizer, o cenário e os principais personagens a praticamente "dez anos", e que conhecia tanto as nossas, quanto as forças e fraquezas dos adversários.
Eu tenho visão estretégica,e quando percebi que tudo era uma questão visual: fui, vendi e venci!!!

Anônimo disse...

O que eu to querendo dizer Mafú,é que oportunidade vem do "tempo certo". Exatamente por isso que eu entrei logo em seguida em outra disputa, com intuíto de só participar... talvez, na tentativa de assim criar um pretexto de me excluirm de uma equipe que sempre foi PEDRA e que quando virou VIDRAÇA, passaram a cometer o mesmo erro... usando uma de minhas paixões como forma de proteção e promoção pessoal...é preciso mais amor, organização,honestidade e transparencia, além de muita competencia e um toque de ousadia.
Continuando: afirmo que apenas participei desta nova disputa, porque não era o "tempo certo".Eu sou competitivo e mostrei isso, quando um ano antes fui decisivos em duas outras eleições onde dei um show de articulação politica.
Bom, sofri na pele a "sordidez humana"... quando boatos diziam queue vinha como laranja... se me conhecessem 100% saberiam que eu não nasci pra ser laranja.
Pois bem, a minha candidatura estava lançada e o grupo dividido e do lado de lá ninguem parecia querer vir pra disputa: talvez medo de derrota!Qual foi a solução encontrada? na minha opinião, covardemente, lançaram um laranja respeitável,imaginando que a vitoria seria facil - fico pensando oque deve ter passado na cabeça deles quando na abertura das urnas diante de um público considerável: estava 8 a 8 faltando um voto? bom, o resultado final foi 9 a 8 e não 11 a 6 como imaginavam...
Bom, pra mim foi uma derrota com sabor de vitoria, porque eu não fiz campanha, não pedi votos, não articulei, não pressionei.
Na quele momento pra mim, derrota seria a vitória, porque não era do tempo certo...mas como é preciso saber lidar tbm quando as oportunidades aparecem antes do tempo,eu tinha um plano b e certamente a essas altura as dividas já estariam quitadas,ja teria feito uma auditoria, ja teria feito uma reforma administrativa, lançado e iniciado um cronograma de eventos e um plano de metas específica pra razão socila da instituição...tudo com muita criatividade.
Agora, neste sentido, pelo que vi de "não" ação até agora, tenho razões de sobre pra acreditar que em 2011 o cozido do vizinho será mais uma vez melhor!!! e embora eu ja tenha sido convidado pra ajudar a preparar o cozido de alguns vizinhos,não aceitei: porque resolvi iniciar uma dieta - mas, pra sorte de um e azar de outros, quando ela acabar eu estarei com uma fome de leão.

felicidades, PARDAL.

MAFU disse...

Parabéns conexão. Sei muito bem do que está falando, pois passei pela mesma situação em 2000, acho que se lembra disso. O importante é as pessoas terem mais amor pela bandeira e se deprovir das vaidades pessoais. Só assim a organização da qual vc fala e que não falarei para te preservar, bem como nossa cidade, tomarão o rumo do crescimento e do respeito que somos dignos. Obrigado pelo comentário tão oportuno e lúcido.

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Cidinha Olaria disse...

Olha é esse Mafu que cogita o povo a pensar e a questionar o porquê de tantas mazelas na nossa cidade que eu queria ver por aqui...
È isso ai meu querido, não ter medo de falar o que pensamos, faz a diferença na sociedade.
Sei que você vive em cova de leões... Mais se riscos não há emoções, não acha?
O povo daqui precisa mesmo prestigiar o que é da terra, as pessoas, os políticos (os bons é claro), as festas populares, o comércio... Bairrismo sempre foi bom para manter viva e para a defesa da comunidade em questão.
Já estava com saudades de dar pitacos por aqui...
Quem sabe no futuro não temos um santo canonizado da nossa cidade: Paulo Neme, Aluisio, Prof. Elcio... E tantos outros “bons políticos” da nossa cidade poderiam receber essa honraria da igreja católica.
Como diria PE Jonas da Canção Nova: “Ou santos ou nada”.
Beijos da sua fã Cidinha do Olaria.