domingo, 5 de abril de 2009

(49) COMEÇAM OS ANOS DE CHUMBO, COVARDIA COM JANGO E COM O POVO BRASILEIRO!


Após a renúncia de Jânio Quadros, os militares tentaram vetar a chegada do vice-presidente João Goulart ao posto presidencial.
Tendo sérias desconfianças sobre a trajetória política de Jango, alguns membros das Forças Armadas alegavam que a passagem do cargo colocava em risco a segurança nacional. De fato, vários grupos políticos conservadores associavam o então vice-presidente à ameaçadora hipótese de instalação do comunismo no Brasil.

João Belchior Marques Goulart, ou simplesmente Jango, como era conhecido, governou o país de setembro de 1961 a março de 1964. Nasceu em São Borja, no Rio Grande do Sul.

Entrou para a política com o apoio de seu conterrâneo e amigo particular, Getúlio Vargas.Seu primeiro cargo público foi como Deputado Federal, em 1950.

Logo depois foi Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio no segundo governo de Vargas. Como Ministro, ele concedeu muitos benefícios aos trabalhadores, inclusive aumentou o salário mínimo em 100%, fato que provocou sua renúncia, pois desagradou a muitos empresários.

Jango venceu duas eleições como Vice-presidente da República, sempre pelo PTB (Partido Trabalhista Brasileiro).

A primeira vitória foi como segundo de Juscelino Kubitschek, em 1955.

Após cinco anos, foi eleito vice de Jânio Quadros. Na época, a eleição para vice-presidente era separada e da primeira vez teve mais voto que o candidato a presidência, nada mais nada menos que JK.
Com a renúncia do Presidente Jânio Quadros, em agosto de 1961, João Goulart deveria assumir o governo. Mas partidos da oposição, como a UDN (União Democrática Nacional) e os militares tentaram impedir a sua posse.

Nesta ocasião, Jango, que era tido como simpatizante do comunismo, estava em visita oficial à China (país comunista).
O Governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, cunhado de Jango, encabeçou a chamada Campanha da Legalidade, a fim de garantir o direito previsto na Constituição de 1946 de que na falta do Presidente, assume o candidato eleito a vice.
Brizola foi às rádios conclamando a população para que se manifestasse a favor de Jango.
Ele conseguiu o apoio do Comando Militar do Rio Grande do Sul e também de líderes sindicais, de movimentos estudantis e de intelectuais.A solução encontrada pelo Congresso Nacional foi instaurar o sistema Parlamentarista, no qual o poder do Presidente fica limitado.
No dia 2 de setembro de 1961, o sistema parlamentarista foi aprovado pelo Congresso Nacional. No dia 7, Jango assumiu a presidência.
Tancredo Neves, do PSD (Partido Social Democrata) de Minas Gerais, ministro do governo Vargas, tornou-se, então, primeiro-ministro.

Em janeiro de 1963 houve um plebiscito (consulta popular), para que se decidisse sim ou não pela continuidade do Parlamentarismo.
Com 82% dos votos, o povo optou pelo fim deste sistema de governo e pela volta do Presidencialismo e Jango assume o poder.
O Presidente sempre foi maleável com relação às reivindicações sociais. Em Julho de 1962, os trabalhadores organizaram o CGG (Comando Geral de Greve), convocando uma greve geral. Conquistaram com este movimento um antigo sonho dos funcionários: o 13º salário.
Com o fim do Parlamentarismo, restavam ainda três anos de mandato para João Goulart. Elaborado pelo economista Celso Furtado, o Presidente lançou o Plano Trienal, que previa geração de emprego, diminuição da inflação, entre outras medidas para pôr fim à crise econômica, porém, o plano não atingiu os resultados esperados.
Jango acreditava que só através das chamadas reformas de base é que a economia voltaria a crescer e diminuiria as desigualdades sociais. Estas medidas incluíam as reformas agrária, tributária, administrativa, bancária e educacional.
Os congressistas não aprovaram as medidas, o que impediu que o Plano Trienal obtivesse sucesso. Desgastado com a crise econômica e com a oposição de militares, o presidente procurou fortalecer-se, participando de manifestações e comícios que defendiam suas propostas.
O comício mais importante ocorreu no dia 13 de março de 1964, em frente ao Edifício sede da Estrada de ferro Central do Brasil no Rio.
O Comício da Central, como ficou conhecido, reuniu cerca de 150 mil pessoas, incluindo sindicatos, associações de servidores públicos e estudantes.
Os discursos pregavam o fim da política conciliadora do presidente com apoio de setores conservadores que, naquele momento, bloqueavam as reformas no Congresso.
Este comício, entretanto, foi mais um motivo para que a oposição o acusasse de comunista.
A partir daí houve uma mobilização social anti Jango.
Com isso, membros das Forças Armadas, com o apoio das elites nacionais e o apoio estratégico norte-americano, começaram a arquitetar o golpe contra João Goulart.
Ao mesmo tempo, os grupos conservadores realizaram um grande protesto público com a realização da “Marcha da Família com Deus pela Liberdade, em São Paulo”.
A tensão política causada por manifestações de caráter tão antagônico foi seguida pela rebelião de militares que apoiavam o golpe imediato.
Sob a liderança do general Olympio de Mourão filho, tropas de Juiz de Fora (MG) marcharam para o Rio de Janeiro com claro objetivo de realizar a deposição de Jango.
Logo em seguida, outras unidades militares e os principais governadores estaduais do Brasil endossaram o golpe militar.Dessa maneira, o presidente voltou para o Rio Grande do Sul tentando mobilizar forças políticas que poderiam deter a ameaça golpista.
Entretanto, a eficácia do plano engendrado pelos militares acabou aniquilando qualquer possibilidade de reação por parte de João Goulart.
No dia 4 de abril de 1964, o Senado Federal anunciou a vacância do posto presidencial e a posse provisória de Rainieri Mazzilli como presidente da República.
Estava instalada a ditadura militar no Brasil.
No dia 10 de abril, João Goulart teve seus direitos políticos cassados por 10 anos, após a publicação do Ato Institucional Número Um (AI-1).
João Goulart morreu, oficialmente, vítima de um ataque cardíaco
, no município argentino de Mercedes em 6 de dezembro de 1976.
Existem, contudo, suspeitas por parte de familiares, colegas de política e outras personalidades de que João Goulart tenha sido assassinado por envenenamento por agentes da Operação Condor.

Não foi realizada autópsia
alguma em seu corpo antes de seu sepultamento.
No dia 27 de janeiro de 2008
, o jornal Folha de São Paulo, publicou uma matéria com o depoimento de um ex-agente do serviço de inteligência do governo uruguaio Mario Neira Barreiro, que declarou que João Goulart foi envenenado por ordem de Sérgio Fleury, delegado do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS).
A autorização teria vindo do presidente da época, Ernesto Geisel (1908-1996).
Em julho do mesmo ano, uma comissão especial da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul divulgou um relatório afirmando que "São fortes os indícios de que Jango foi assassinado de forma premeditada, com o conhecimento do governo Geisel".
Em 15 de novembro de 2008,
foi julgado pela Comissão de Anistia Política do Ministério da Justiça o pedido de anistia movido por Maria Teresa, a viúva de Goulart.
O julgamento ocorreu em caráter de sessão extraordinária e foi realizado durante o 20º Congresso Nacional dos Advogados, em Natal,
no Rio Grande do Norte.
O pedido foi aprovado e, de acordo com tal, Dona Maria Tereza receberá uma pensão mensal de R$ 5.425, valor correspondente ao salário de um advogado sênior, pois Jango era bacharel em Direito.
O valor da é retroativo a 1999,
o que totaliza R$ 643,9 mil. Maria Teresa também foi anistiada e recebeu uma indenização de R$ 100 mil.
O governo reconhece os erros do passado e pede desculpas a um homem que defendeu a nação e seu povo do qual jamais poderíamos ter prescindido,” disse o Presidente Lula .
Pois é gente, eu continuarei com essa pesquisa que acho essencial para o entendimento da nossa política nos dias de hoje, pois muito do que sofremos agora, ainda são os resquícios dos anos de chumbo.

Até mais, Tchau... Pardal... Fui!

Fonte desta postagem e da anterior que esqueci de colocar:

2 comentários:

Pedro Moreno disse...

Estou adorando essas postagens, nunca parei para pensar nos bastidores do golpe e você com essas pesquisas está mandando muito bem, cronológicamente correto, imparcial, está sendo muito feliz e as imagens colocadas são pontuais e mostram tudo, a gente consegue imaginar o que foi aquilo tudo. Meu pai leu e se emocionou, falei para ele que Mafu também é cultura.
Mal posso esperar sua próxima postagem, te conecendo como conheço sei que você não vai deixar passar nada.
Abração e boa semana.
Ah! adorei os slides que enviou por e mail, parabéns!

Simone disse...

Realmente foi um fato vergonhoso da nossa história, e pensar que até hoje somos comandados pelos Estados Unidos, o fato é que os políticos da época também favoreceram o golpe devido suas vaidades e ambições.
Parabéns amigo, por resgatar nesse blog uma época e história que influencia nossas vidas até hoje.