sexta-feira, 19 de novembro de 2010

(89) NÃO PROVOQUE- É COR DE ROSA-CHOQUE. MULHER: DA LUTA PELO DIREITO AO VOTO À CONQUISTA DO PODER

A Nova Zelândia foi o primeiro país do mundo a conceder o direito ao voto às mulheres no ano de 1893, seguida pela Austrália em 1902. Na Europa o primeiro país em que as mulheres obtiveram o direito ao voto foi a Finlândia em 1906. Na Inglaterra, foi com grande luta e até mortes que a mulher conseguiu seu direito ao voto após a primeira grande guerra, em 1918, apenas para as maiores de 30 anos, reduzindo para 21 anos em 1928.
Nos Estados Unidos, passeatas e manifestações marcaram a luta feminina pelo direito ao voto que veio em 1920. Na América Latina, o primeiro país que concedeu o voto às mulheres foi o Equador em 1929. Com a posse de Juan Domingo Perón em 1946, a lendária Evita Perón marca a luta por esse direito na Argentina que aprova no Congresso em 1947. Em 1949 ela funda o Partido Peronista, e em 1951 são eleitas 6 senadoras e 23 deputadas pelo Partido Peronista, consagrando sua liderança, porém, morreria de câncer em 1952, aos 33 anos de idade, transformando-se no grande mito argentino.
O Brasil perdeu a oportunidade de entrar para a história como o primeiro país a dar voz à vontade eleitoral feminina, pois o constituinte, médico e intelectual baiano César Zama, na sessão de 30 de setembro de 1890, durante os trabalhos de elaboração da primeira Constituição Republicana, defendeu o sufrágio universal, a fim de que as mulheres pudessem participar efetivamente da vida política do país. Mas os adversários eram fortes e em maior número. Muitos anos se passaram até que o Presidente Getúlio Vargas, através do Decreto nº. 21.076, de 24 de fevereiro de 1932, institui o Código Eleitoral Brasileiro, e o artigo 2 disciplinava que era eleitor o cidadão maior de 21 anos, sem distinção de sexo, alistado na forma do código, porém, ressaltava no artigo 121, que os homens com mais de 60 anos e as mulheres em qualquer idade podiam isentar-se de qualquer obrigação ou serviço de natureza eleitoral.
No ano de 1934, foram realizadas eleições em todo o país. Na cidade de São João dos Patos, no Maranhão, Joanna da Rocha Santos, do PSD, seria eleita a primeira prefeita do país. De lá pra cá, as mulheres ocuparam diversos cargos na política nacional, de vereadoras até senadoras; de prefeitas a governadoras. Em Lorena tivemos a vitória da saudosa Regina Bartelega na eleição de 1982; ganhou mais não levou, pois o sistema eleitoral da época era diferente, sendo 3 candidatos a prefeito por partido e, na soma dos votos de toda a legenda, Regina Bartelega, a mais votada individualmente, perdeu pela coligação – Lorena inteira chorou. Dez anos depois, elegemos Lu Fradique para o executivo municipal. No último dia 31 de outubro de 2010, depois de 121 anos de Regime Presidencialista e 78 anos de assegurado o direito de votar e ser votada, o Brasil elegeu Dilma Rousseff (PT), a primeira Mulher Presidente da República, que também foi presa e torturada pela Ditadura Militar, rompendo a última fronteira do poder político da mulher, a décima primeira da América Latina e oitava pelo voto direto.
Críticas à parte pelo grande apoio do Presidente Lula, o fato é que, ele escolheu o melhor do seu Staff para apoiar e sucedê-lo e não encontrou o melhor e sim a melhor. É bom lembrar que, dos 3 candidatos mais votados nesta eleição presidencial, duas foram mulheres, pois a candidata do Partido Verde, Marina Silva, também teve uma votação expressiva.
Ao romper a barreira do preconceito de Gênero na política, as redes sociais, como o Twitter, apontam para um preconceito regional, devido ao fato das regiões Norte e, principalmente Nordeste, terem as votações mais expressivas para a candidata do PT.
O fato é que a vitória de Dilma é incontestável e, mesmo sem os votos das duas regiões, ganharia com uma diferença de mais de 300 mil votos.
Contra fatos não há argumentos, por isso, não provoque, o poder agora é cor de rosa - choque.

Obs: Esta matéria foi publicada no jornal guaypacaré, Vereador Mafu faz o recorte histórico e causa muitas emoções em Lorena ao fazer a nossa população recordar Regina Bartelega, a nossa Evita Perón e a vitória da Presidente eleita Dilma Rousseff.

2 comentários:

GILDA disse...

SOU PROFESSORA DE HISTÓRIA APOSENTADA E CONFESSO, DESDE QUE VOCÊ COMEÇOU A ESCREVER NO JORNAL GUAYPACARÉ, NÃO PERDI NENHUMA MATÉRIA E SOU SUA FÃ DE CARTEIRINHA. SEUS RECORTES HISTÓRICOS SÃO MARAVILHOSOS E A CORRELAÇÃO QUE FAZ COM A POLÍTICA OU COM NOSSO DIA A DIA É DIGNA DE UMA MOÇÃO DE APLAUSOS. AMEI AS MATÉRIA SOBRE A GUERRA DE PIRRO E CREDIBILIDADE POLÍTICA E TAMBÉM SOBRE A HISTÓRIA DA LUZ QUE AINDA NÃO VI AQUI, FAÇA O FAVOR DE COLOCÁ-LAS LOGO, POIS FORAM IMPERDÍVEIS. CHOREI COM A MATÉRIA SOBRE O VIVER E O MORRER E PARA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS FLORES, POIS ASSIM COMO O SEU PAI, MEU MARIDO TAMBÉM FOI PRESO POLÍTICO. PARABÉNS MAFU, SEU TRABALHO TEM DADO REPERCUSSÕES POSITIVAS NA CIDADE E VOCÊ MUDOU O JEITO DE FALAR E ESCREVER POLÍTICA NA CIDADE, QUIÇÁ NA REGIÃO E NO PAÍS. FU AMIGA DA REGINA BARTELEGA E EME EMOCIONEI COM ESSA MATÉRIA. CONTINUE ASSIM, COLOCANDO NÍVEL NA NOSSA POLÍTICA!

Elen Bravos Giupponi disse...

Olá, sou moradora recente de Lorena e gostaria de saber mais sobre a dona Regina Bartelega pois ouvi falar muito bem dela.