quarta-feira, 11 de maio de 2011

(109) QUANDO UM "BARATO" SAI MUITO "CARO"- OXI ANOVA DROGA PODE ESTAR MAIS PERTO DO QUE PENSAMOS!

A localização privilegiada da nossa cidade de Lorena, situada no Eixo São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais tem o seu lado negro-a rota natural do narcotráfico.
Vivemos uma epidemia silenciosa, porém, mais avassaladora para os nossos jovens e sociedade em geral; vivemos a epidemia da degradação humana pelas drogas a olhos vistos.
No centro da cidade ou nos bairros, em todo o lugar, percebemos, com sentimento de impotência, boa parte dos nossos jovens morrendo aos poucos.
Com os laços familiares fragilizados, desempregados e sem expectativas sócio-educacionais-culturais, as rupturas sociais marginalizam ainda mais os usuários de álcool e outras drogas, gerando outros problemas como assaltos, violências diversas, suicídios, entre outros.
Ainda não temos nenhuma política pública efetiva, mas já existe um começo- O relatório final da 1ª Conferência Municipal de Políticas de Drogas do COMAD (Conselho Municipal de Políticas sobre Drogas), realizado em outubro passado, estabelece uma série de diretrizes e serviços que ainda não foram implantados por diversas razões.
Estamos preparando também uma grande sensibilização em álcool e outras drogas para todos os profissionais que atuam na atenção básica do nosso município (PSF, UBS, Caps e Pronto-Socorro), desmistificando o assunto para os profissionais e propondo práticas assistenciais para dar um primeiro atendimento e atenção em saúde para essa população.
As notícias não são nada boas; Já chegou em São Paulo o OXI (Oxidado), uma mistura de pasta de cocaína com gasolina (querosene ou água de bateria) permanganato de potássio e cal virgem. A droga também é vendida sob a forma de pedras e é fumada em latinhas ou cachimbos como seu primo Crack, porém, é muito mais letal. Introduzido no Brasil através do Estado do Acre em meados da década passada, esta nova droga deixou perplexos até mesmo os pesquisadores do assunto naquele estado, como relata o pesquisador Álvaro Mendes da ONG Rede Acreana de Redução de Danos –Reard:

“No começo eles sentem uma sensação de euforia, de ânimo. Depois vem o medo, a mania de perseguição, a paranóia”. A droga só dá “barato” no momento em que está sendo consumida, e cada pedra dura cerca de 15 minutos. Para perpetuar o barato, o álcool serve de alívio entre uma pipada e outra, num ritual que se alonga por mais de 6 horas, geralmente à noite... “Quando parava de pipar a pedrinha, tragando a fumaça pela boca, ele caía vomitando e defecando, e ficava tendo “barato” no meio do vômito e das fezes, até se levantar para consumir de novo”.

O Oxi é extremamente nocivo ao organismo e seu uso perturba o sistema nervoso central e leva à “paranóia”, ao medo constante, nervosismo, emagrecimento e envelhecimento rápidos. Os usuários ficam com cor amarelada, têm problemas de fígado, dores estomacais, dores de cabeça, náuseas, vômitos, diarréia constante, dificuldades para respirar e o óbito também é rápido, menos de dois anos no máximo, geralmente por complicações renais, hepáticas ou pulmonares.
Na cracolândia em São Paulo já há notícias da popularização do Oxi, pois o preço favorece: enquanto uma pedra de Crack custa 10 reais, a do Oxi custa em torno de 2 a 5 reais. A semelhança entre ambas dificulta a diferenciação entre elas.
Ainda não se comenta em Lorena, mas conhecendo o poder de difusão das drogas na nossa região, este artigo fica como um alerta para todos nós, afinal, as drogas não fazem distinção de raça, sexo, classe social ou idade. Direta ou indiretamente, a vulnerabilidade é de toda a nossa sociedade.

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