Acho que este foi o recesso que mais trabalhei e, ainda bem que está sendo assim;
No dia 29 de dezembro fizemos as fotografias para a campanha da dengue, perdemos todas as fotos, pois entrou vírus no cartão de memória da câmera fotgráfica do nosso amigo Rodrigo. Refizemos as fotos no dia 02 de janeiro. Evandro desmarcou clientes no seu salão para poder pentear os modelos Fabíola e o Léo; nosso amigo Carlos conti de São Paulo, que veio para cá para descansar, veio para maquiar os dois. Depois de tudo feito, detalhe, o cenário foi o quintal da minha casa, ficamos horas discutindo quais fotos selecionaríamos para a campnha. Depois de escolhido, eu e Fredney, do setor de comunicação da prefeitura, ficamos horas até chegar na arte e texto ideais para a campanha. Montamos e mandamos para a confecção dos materiais, faixas, banners, cartazes e folhetos educativos. Depois de prontos alguns materiais, vem a distribuição para colocação na cidade e nos locais de mais acesso das pessoas, tudo isto permeado por palestras em diversos e diferentes locais. Valeu... o trabalho preventivo da secretaria da saúde, de serviços urbanos, da educação e outros setores da prefeitura, bem como o trabalho de voluntários como Lorenenses contra a Dengue, liderado pela Simone colombo, silmara, Andrea Marcondes, Maria Guiomar, o próprio Davi que também é educador de saúde da prefeitura entre outras pessoas importantes nesta luta, tem dado resultados positivos, pois em 2012 ainda não tivemos nenhum caso de dengue confirmado em Lorena. Essa luta titânica tem de se intensificar ainda mais, pois as chuvas não dão tréguas e os mosquitos estão por ai, só esperando para desencadear essa desgraça que poderá ser fatal para qualquer um de nós.
O carnaval está chegando, festas de rainhas, ensaios e tudo mais. Tenho pedido sempre para falarem dos 10 minutos contra a Dengue; até a arte do cartaz do carnaval vem com este tema, pois a dengue não pode acabar com a nossa festa.
Na entrevista na rádio clube de Guaratinguetá, onde entre outros assuntos eu e nosso amigo Beto Cabeleireiro falmos sobre as políticas LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais), explicamos muitas coisas e as diferenças entre o estilo de vida de cada um deles. Comentei que o maior preconceito recai sobre as travestis, pois eu mesmo nunca as vi trabalhando em lojas, em empresas, etc...É o grupo mais discriminado e excluídos socialmente. Esta fala teve uma repercussão imediata.
Fui procurado por 2 travvestis que querem sair das ruas e da vida de programa. Conversando, percebi o grande talento de ambas: São cabeleireiras também e me disseram que mesmo em salões de beleza não conseguem emprego. Questionei sobre o porquê que elas não montavam o seu próprio salão, foi quando percebi que se entreolharam e veio o sussurro: "É mesmo". Nunca perceberam que poderiam ser empreendedoras e tocar o seu próprio negócio. Logo em seguida veio a fala delas: "Será que as pessoas vão se arrumar com 2 travecas?" Falei que se elas próprias tem preconceito e se discrinam, como querem ganhar o respeito e admiração da sociedade? Nesse momento percebi olhos marejados e discretas lágrimas escorrendo nas faces. Deram-me um abraço, me agradeceram e perguntaram: "Você frequentariam o nosso salão?" Respondi brincando que desde que deixassem a minha franja bem lisinha e repicassem as pontas, eu iria com certeza... Muitos risos, sairam convictas que poderiam ter outra vida e, certamente, a pessoa mais feliz naquele dia fui eu.
E os trabalhos continuam intensos, agora vamos lutar por mais segurança e para a efetivação da operação delegada em Lorena, aguardem!!!
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