Uma grana que gosto de investir é nos veículos de comunicação, não estou fazendo propaganda de nada, mas, particularmente, gosto da revista Veja.
Gosto muito das crônicas e, na edição da semana passada, a escritora Lya Luft deu um show, escrevendo A sordidez humana.
Achei pertinente falar sobre isso hoje, devido a alguns comentários que fizeram na minha postagem anterior.
A proposta desse blog pode ser lida acima, não tenho moderador de comentários porque acredito que quem se dispõe a ler uma postagem em blog, é porque quer ganhar algo que a opinião do outro nos acrescenta e não para a SORDIDEZ.
Poderia, simplesmente, excluir os comentários, mas..., sinceramente... Que preguiça!
Muitos fatos acontecem todos os dias que nos mostram o quanto somos sórdidos e egoístas, não escreverei sobre isso, simplesmente porque a escritora Lya Luft já o fez de forma ímpar, então, para quem não leu, segue abaixo.
A SORDIDEZ HUMANA
"Que lado nosso é esse, feliz diante da desgraça
alheia? Quem é esse em nós, que ri quando
o outro cai na calçada?"
Ando refletindo sobre nossa capacidade para o mal, a sordidez, a humilhação do outro. A tendência para a morte, não para a vida. Para a destruição, não para a criação. Para a mediocridade confortável, não para a audácia e o fervor que podem ser produtivos. Para a violência demente, não para a conciliação e a humanidade. E vi que isso daria livros e mais livros: se um santo filósofo disse que o ser humano é um anjo montado num porco, eu diria que o porco é desproporcionalmente grande para tal anjo.
Que lado nosso é esse, feliz diante da desgraça alheia? Quem é esse em nós (eu não consigo fazer isso, mas nem por essa razão sou santa), que ri quando o outro cai na calçada? Quem é esse que aguarda a gafe alheia para se divertir? Ou se o outro é traído pela pessoa amada ainda aumenta o conto, exagera, e espalha isso aos quatro ventos – talvez correndo para consolar falsamente o atingido?
O que é essa coisa em nós, que dá mais ouvidos ao comentário maligno do que ao elogio, que sofre com o sucesso alheio e corre para cortar a cabeça de qualquer um, sobretudo próximo, que se destacar um pouco que seja da mediocridade geral? Quem é essa criatura em nós que não tem partido nem conhece lealdade, que ri dos honrados, debocha dos fiéis, mente e inventa para manchar a honra de alguém que está trabalhando pelo bem? Desgostamos tanto do outro que não lhe admitimos a alegria, algum tipo de sucesso ou reconhecimento? Quantas vezes ouvimos comentários como: "Ah, sim, ele tem uma mulher carinhosa, mas eu já soube que ele continua muito galinha". Ou: "Ela conseguiu um bom emprego, deve estar saindo com o chefe ou um assessor dele". Mais ainda: "O filho deles passou de primeira no vestibular, mas parece que...". Outras pérolas: "Ela é bem bonita, mas quanto preenchimento, Botox e quanta lipo...".
Detestamos o bem do outro. O porco em nós exulta e sufoca o anjo, quando conseguimos despertar sobre alguém suspeitas e desconfianças, lançar alguma calúnia ou requentar calúnias que já estavam esquecidas: mas como pode o outro se dar bem, ver seu trabalho reconhecido, ter admiração e aplauso, quando nos refocilamos na nossa nulidade? Nada disso! Queremos provocar sangue, cheirar fezes, causar medo, queremos a fogueira.
Não todos nem sempre. Mas que em nós espreita esse monstro inimaginável e poderoso, ou simplesmente medíocre e covarde, como é a maioria de nós, ah!, espreita. Afia as unhas, palita os dentes, sacode o comprido rabo, ajeita os chifres, lustra os cascos e, quando pode, dá seu bote. Ainda que seja um comentário aparentemente simples e inócuo, uma pequena lembrança pérfida, como dizer "Ah! sim, ele é um médico brilhante, um advogado competente, um político honrado, uma empresária capaz, uma boa mulher, mas eu soube que...", e aí se lança o malcheiroso petardo.
Isso vai bem mais longe do que calúnias e maledicências. Reside e se manifesta explicitamente no assassino que se imola para matar dezenas de inocentes num templo, incluindo entre as vítimas mulheres e crianças... e se dirá que é por idealismo, pela fé, porque seu Deus quis assim, porque terá em compensação o paraíso para si e seus descendentes. É o que acontece tanto no ladrão de tênis quanto no violador de meninas, e no rapaz drogado (ou não) que, para roubar 20 reais ou um celular, mata uma jovem grávida ou um estudante mal saído da adolescência, liquida a pauladas um casal de velhinhos, invade casas e extermina famílias inteiras que dormem.
A sordidez e a morte cochilam em nós, e nem todos conseguem domesticar isso. Ninguém me diga que o criminoso agiu apenas movido pelas circunstâncias, de resto é uma boa pessoa. Ninguém me diga que o caluniador é um bom pai, um filho amoroso, um profissional honesto, e apenas exala seu mortal veneno porque busca a verdade. Ninguém me diga que somos bonzinhos, e só por acaso lançamos o tiro fatal, feito de aço ou expresso em palavras. Ele nasce desse traço de perversão e sordidez que anima o porco, violento ou covarde, e faz chorar o anjo dentro de nós.
Então amigos, essa matéria da escritora da Veja ilustra bem tudo isso e, se depois de uma maldade, nosso anjo ainda chorar, ótimo.
Muito pior é quando a gente, mesmo depois de uma sordidez, colocarmos a cabeça no travesseiro e dormir tranqüilamente, daí então, a coisa está preta mesmo, assim como o anjo das trevas que também impera em nós se assim o permitirmos.
Beijão no coração e...
TCHAU...PARDAL...FUI!
A matéria A Sordidez Humana de Lya Luft, saiu na edição 2113 de 20 de maio de 2009, página 24, revista Veja.
Gosto muito das crônicas e, na edição da semana passada, a escritora Lya Luft deu um show, escrevendo A sordidez humana.
Achei pertinente falar sobre isso hoje, devido a alguns comentários que fizeram na minha postagem anterior.
A proposta desse blog pode ser lida acima, não tenho moderador de comentários porque acredito que quem se dispõe a ler uma postagem em blog, é porque quer ganhar algo que a opinião do outro nos acrescenta e não para a SORDIDEZ.
Poderia, simplesmente, excluir os comentários, mas..., sinceramente... Que preguiça!
Muitos fatos acontecem todos os dias que nos mostram o quanto somos sórdidos e egoístas, não escreverei sobre isso, simplesmente porque a escritora Lya Luft já o fez de forma ímpar, então, para quem não leu, segue abaixo.
A SORDIDEZ HUMANA
"Que lado nosso é esse, feliz diante da desgraça
alheia? Quem é esse em nós, que ri quando
o outro cai na calçada?"
Ando refletindo sobre nossa capacidade para o mal, a sordidez, a humilhação do outro. A tendência para a morte, não para a vida. Para a destruição, não para a criação. Para a mediocridade confortável, não para a audácia e o fervor que podem ser produtivos. Para a violência demente, não para a conciliação e a humanidade. E vi que isso daria livros e mais livros: se um santo filósofo disse que o ser humano é um anjo montado num porco, eu diria que o porco é desproporcionalmente grande para tal anjo.
Que lado nosso é esse, feliz diante da desgraça alheia? Quem é esse em nós (eu não consigo fazer isso, mas nem por essa razão sou santa), que ri quando o outro cai na calçada? Quem é esse que aguarda a gafe alheia para se divertir? Ou se o outro é traído pela pessoa amada ainda aumenta o conto, exagera, e espalha isso aos quatro ventos – talvez correndo para consolar falsamente o atingido?
O que é essa coisa em nós, que dá mais ouvidos ao comentário maligno do que ao elogio, que sofre com o sucesso alheio e corre para cortar a cabeça de qualquer um, sobretudo próximo, que se destacar um pouco que seja da mediocridade geral? Quem é essa criatura em nós que não tem partido nem conhece lealdade, que ri dos honrados, debocha dos fiéis, mente e inventa para manchar a honra de alguém que está trabalhando pelo bem? Desgostamos tanto do outro que não lhe admitimos a alegria, algum tipo de sucesso ou reconhecimento? Quantas vezes ouvimos comentários como: "Ah, sim, ele tem uma mulher carinhosa, mas eu já soube que ele continua muito galinha". Ou: "Ela conseguiu um bom emprego, deve estar saindo com o chefe ou um assessor dele". Mais ainda: "O filho deles passou de primeira no vestibular, mas parece que...". Outras pérolas: "Ela é bem bonita, mas quanto preenchimento, Botox e quanta lipo...".
Detestamos o bem do outro. O porco em nós exulta e sufoca o anjo, quando conseguimos despertar sobre alguém suspeitas e desconfianças, lançar alguma calúnia ou requentar calúnias que já estavam esquecidas: mas como pode o outro se dar bem, ver seu trabalho reconhecido, ter admiração e aplauso, quando nos refocilamos na nossa nulidade? Nada disso! Queremos provocar sangue, cheirar fezes, causar medo, queremos a fogueira.
Não todos nem sempre. Mas que em nós espreita esse monstro inimaginável e poderoso, ou simplesmente medíocre e covarde, como é a maioria de nós, ah!, espreita. Afia as unhas, palita os dentes, sacode o comprido rabo, ajeita os chifres, lustra os cascos e, quando pode, dá seu bote. Ainda que seja um comentário aparentemente simples e inócuo, uma pequena lembrança pérfida, como dizer "Ah! sim, ele é um médico brilhante, um advogado competente, um político honrado, uma empresária capaz, uma boa mulher, mas eu soube que...", e aí se lança o malcheiroso petardo.
Isso vai bem mais longe do que calúnias e maledicências. Reside e se manifesta explicitamente no assassino que se imola para matar dezenas de inocentes num templo, incluindo entre as vítimas mulheres e crianças... e se dirá que é por idealismo, pela fé, porque seu Deus quis assim, porque terá em compensação o paraíso para si e seus descendentes. É o que acontece tanto no ladrão de tênis quanto no violador de meninas, e no rapaz drogado (ou não) que, para roubar 20 reais ou um celular, mata uma jovem grávida ou um estudante mal saído da adolescência, liquida a pauladas um casal de velhinhos, invade casas e extermina famílias inteiras que dormem.
A sordidez e a morte cochilam em nós, e nem todos conseguem domesticar isso. Ninguém me diga que o criminoso agiu apenas movido pelas circunstâncias, de resto é uma boa pessoa. Ninguém me diga que o caluniador é um bom pai, um filho amoroso, um profissional honesto, e apenas exala seu mortal veneno porque busca a verdade. Ninguém me diga que somos bonzinhos, e só por acaso lançamos o tiro fatal, feito de aço ou expresso em palavras. Ele nasce desse traço de perversão e sordidez que anima o porco, violento ou covarde, e faz chorar o anjo dentro de nós.
Então amigos, essa matéria da escritora da Veja ilustra bem tudo isso e, se depois de uma maldade, nosso anjo ainda chorar, ótimo.
Muito pior é quando a gente, mesmo depois de uma sordidez, colocarmos a cabeça no travesseiro e dormir tranqüilamente, daí então, a coisa está preta mesmo, assim como o anjo das trevas que também impera em nós se assim o permitirmos.
Beijão no coração e...
TCHAU...PARDAL...FUI!
A matéria A Sordidez Humana de Lya Luft, saiu na edição 2113 de 20 de maio de 2009, página 24, revista Veja.
13 comentários:
É meu querido já esta sentindo o peso da fama?!
É sempre assim, arrumam ate amores inexistentes, e isso não acontece só com os famosos da TV, os famosos em cada cidade tem seu grau de importância.
Gosto de ler os seus Textos assim, com uma pitada de algo próprio. e logico com os devidos creditos dados ao autor original... Parabéns.
Passei pelos comentarios da postagem anterior como voce cita, e nao achei nada demais, e que legal que voce não modera, assim podemos ler e rir com o ocorrido.
So uma coisa: gostar é cuidar, e puxão de orelha é cuidar...as vezes posso ser tão brigão como voce me disse uma vez, mais com voce se isso ocorrer é por gostar demais de ti.
beijos e se cuida...
Meu querido amigo, realmente sempre soube que você não dá mesmo bola para a torcida alheia e é exatamente isso que encomoda os outros.Li essa matéria na veja e, confesso, nem percebi direito.
Relendo no nosso blog, percebi realmente o quanto os nossos venenos nos fazem mal, porque não podemos fazer nada para os outros que não retornem a nós mesmos.
E o mundo está assim, cheio de farpas, de agressões, de maldade com o outro e olha que nem precisa de sucesso, apenas um pequeno sorriso é o que basta para despertar toda a inveja e a SORDIDEZ que existe em cada um.
Parabéns a Lya Luft e a você por não deixar uma matéria tão pertinente.
mmmmmmmmmmm
De fato, até colocando artigos de autores consagrados, a sua pequena opinião fecha o quadro. Quando você finaliza falando do nosso anjo das trevas, acho que é bem isso, nosso lado bom e mal andam juntinhos, é uma linha muito fina que separa ambos.
Agora, o maior barato de tudo mesmo é quando você fala que te dá até preguiça de ler os comentários maldosos.
Você está fazendo a cada postagem uma legião de fãs maior do que você pode imaginar, tanto aqui na facu, quanto pela sua atuação.
Parabéns vereador, como comentei na postagem 55, você faz muita diferença mesmo.
"Recebe este livro de minhas Confissões que tanto desejaste. Contempla-me nelas, para que não me louves mais do que sou. Julga-me não pelo que os outros dizem de mim, mas pelo que eu digo nelas. Contempla-me nelas e vê o que fui, na realidade, quando estive abandonado a mim mesmo..." Santo Agostinho...
Lembrei-me da Cidinha ao ler isso, ela que sempre lembra-se de mim, qdo julga minhas palavras, principalmente aquelas que mais a incomodam: Fé e Esperança...
Abraço Mafu...
Querido Mafú, espero que esse texto tenha sortido efeito sobre todos nós e claro sobre voce mesmo, aliás estar no poder não deixa ninguem acima do bem e do mal.
E já que fui lembrada pelo meu fã, "Fé e qualquer coisa", cá estou eu.
Tatá, você citou um texto do santo Agostinho, que legal, e nele diz para ver o que voce foi realidade.
Bom, eu digo o que você é no meu ver,no mundo da politica aqui em Lorena: um verdadeiro Garoto de recados, um ventrilogo na mão de certos vereadores e secretários.
Beijos me liga...
Querido amigo Mafu, espero que você não desanime com os bate bocas que fazem no seu blog, a´liás, esse é o exercício da democracia que só você consegue fazer no mundo virtual, pois se os outros políticos ou secretários tentarem, acho que não vai ter tanta graça quanto o seu.
Você foi como sempre, de uma sofisticação digna de um lord, não retirou os comentários que nem achei maldosos não, acho que tentaram ironizar apenas dando a resposta nessa matéria maravilhosa da grande Lya Luft.
Espero continuar lendo suas postagens e como disse o Messias, mesmo quando não é sua autoria, aeus comentários são outra atração, acho que você deveria ser critico de alguma coisas (kkkk);
Um abraço e continue sendo essa pessoa que é, porque o que mais chama a atenção em você, é que nem quando se formou na faculdade de enfermagem que eu me lembro muito bem, nem quando foi para o mestrado na USP e nem agora que é vereador, enfim, nada subiu para a sua cabeça, você continua nosso amigo do mesmo jeito, na mesma simplicidade de vida e estilos que, aliás, é seu registro.
Por isso te digo meu amigo, eu também sou mais Mafu!
Como você diz
Beijão no coração... Fui!
"Na vida ninguém é nada, todo mundo está sendo"... Por isso é que sempre temos a possibilidade da mudança! Tenho FÉ nisso e a ESPERANÇA de que as coisas mudem, sou garoto, posso esperar... tenho tempo e paciência pra isso!
Agradeço a Cidinha pelo menos de saber quem eu sou... já não sou mais anônimo!
Ah, me desculpem pela insistência e me permitam um verso do "grande" Mário Quintana:
Todos estes que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão.
Eu passarinho!
Lembro das suas palavras Mafú, a diferença da águia e da galinha...
Eu não sabia o quanto você é querido e estimado, encontrei com seu irmão em São Paulo e fomos andar no shopping na hora do almoço dele e por coincidência encontramos outras pessoas de lá que vão aí para Lorena de vez em quando, perguntaram de você pra mim e eu falei que não te vejo muito, pois estou trabalhando em São José dos Campos, ma eles te cobriram de elogios e falaram que você escreve muito bem , então me deram seu site e através dele entrei no seu blog por curiosidade apenas, tudo isso com seu irmão em silêncio, achei simplesmente maravilhoso e estou revendo alguns conceitos na vida. Seu irmão até comentou das clientes de Lorena que ele tem atendido e que estão pasmas com sua tuação, tanto profissional quanto política e agora como um verdadeiro escritor.
Também já estou sabendo sobre o Balaio de Gato e quero estar no gargarejo.
Percebi hoje que você gera muita discussões, até na faculdade agora e aqui também.
Parabéns Mafu, você não foi meu candidato, mas na próxima eleição, se você for candidato, só em casa você terá 5 votos, pois meu marido também está muito feliz com você.
Beijão e coloque outra postagem logo, pois já li todas e todos os dias a primeira coisa que faço ao ligar meu micro é ir neste blog para ver se tem algo novo.
Parabéns !
Pior é que quando fazemos, encomodamos, mas você com suas tiradas sempre encontra a coisa certa no momento certo.
Valeu
Nas circuntâncias da politica Lorenense, faço uma pergunta: quem será os anjos e os porcos por aqui?
É facil responder: os porcos,o povo, meros bobos que não sabem eleger, e os anjos pessoas da politica local, que nao permitem criticas,nem reclamaçoes...nao é Tatá?
A aclamo a campanha: "Renuncia Paulo Neme"
Fantástico esse texto, me apaixonei por ele.
Tem de tudo: uma bela mensagem, uma lição de moral, uma proposta para o bem além da concretude, concisão etc etc...
Uma lição de como escrever bem, e de como escrever o bem.
Vim até o seu site conseguir o nome da escritora.
Obrigado;)
http://reescrevase.wordpress.com
Postar um comentário