Chegamos ao segundo turno da eleição para o cargo mais importante do País. É o exercício da democracia que o Brasil bradou há alguns anos atrás nas Diretas Já. A escolha é das mais variadas deixando a população confusa. Diante de tantas mazelas sociais e políticas, o povo descrente... O voto de protesto tem caminho certo, assim como o voto em branco e as abstenções de um direito que é obrigatório!
Fico pensando se o voto no Brasil, como nos países de primeiro mundo, fosse facultativo...
Outro dia, conversando com um Educador, perguntei se ainda existiam as matérias de Organização Social e Política Brasileira (OSPB) e Educação Moral e Cívica (EMC), ele riu tanto de mim que me senti Jurássico. Lembro-me que aprendíamos muito com essas disciplinas; sabíamos a função de cada agente político do legislativo, do vereador ao senador, dos executivos com seus secretários e ministros e dos vários tribunais existentes no país. Aprendíamos ética e despertávamos para a importância do nosso primeiro voto pós ditadura (mesmo assim, a maioria na época fora ludibriada pelo caçador de marajás), mas fomos para as ruas pedir o impeachment como caras pintadas. Alguns dizem que tudo não passou de manobra das mídias de massa, mesmo assim, foi uma pequena demonstração da força que a sociedade organizada tem e, infelizmente, ignora: Se o povo põe, o povo tira.
Conhecer as diversas informações e, principalmente, saber o que fazer com elas, na minha singela opinião de vereador com menos de 2 anos de mandato, é o principal instrumento de trabalho de um agente político e, por isso mesmo, me preocupo muito com os famosos votos de protestos. A política oferece uma vasta gama de trabalho, pois envolve todos os aspectos da vida em sociedade, da saúde à agricultura; da educação à economia, das tecnologias ao transporte; toda a vida em sociedade perpassa pelas Políticas Públicas e não dá para desperdiçarmos o nosso precioso voto.
As esperanças se renovam, a sociedade cobra pesado. O ministro Cezar Peluso, presidente do Supremo Tribunal Federal, tenta construir uma saída diante do impasse em relação à validade da Lei da Ficha Limpa. Na semana passada, cinco ministros votaram pela validade da lei, cinco - inclusive Peluso - contra.
Um cientista político já dissera que o Brasil está na puberdade do exercício da democracia, eu diria que estamos na juventude e espero que amadureçamos rápido. Assim, a sociedade clama por uma reforma político-partidária, como a lei da ficha limpa, uma reforma no nosso código penal, tributário, levando as administrações públicas mais ao encontro das aspirações coletivas que é o bem comum de todos.
Reflitamos na escolha dos nossos candidatos, nosso voto pode ser apenas um, mas faz toda a diferença entre o avanço nas questões que são nossas ou na inanição e inércia do despreparo de alguns, adiando nosso desenvolvimento e o pior, convivendo com um grande arrependimento pelos próximos longos quatro anos!