OLÁ MEUS QUERIDOS, ESSA MATÉRIA PUBLICADO PELO VEREADOR MAFU NO JORNAL GUAYPACARÉ FOI MUITO COMENTADA E DIVULGADA POR CAUSA DA IMPORTÂNCIA DA EPIDEMIOLOGIA DA DOENÇA DE ALZHEIMER QUE VEM AUMENTANDO MUITO NO BRASIL DEVIDO AO AUMENTO DA LONGEVIDADE DAS PESSOAS. VC QUE POSSUI ALGUÉM IDOSO NAFAMÍLIA, LEIA COM MUITA ATENÇÃO.
Ficamos muito felizes quando ouvimos falar que a expectativa de vida aumentou, nos dá a impressão que estamos vivendo mais e melhor.
O aumento da renda, o melhor acesso aos serviços de saúde, o aumento da escolaridade, a queda da mortalidade infantil e outros indicadores nos apontam um caminho de desenvolvimento. Apontam também uma inversão na nossa pirâmide social. Já não somos mais um país de jovens, o Brasil está envelhecendo e este fenômeno trás no bojo suas implicações como as doenças prevalentes da idade mais avançada. Será que nossa Saúde Pública está preparada para isto? Temos profissionais suficientes, qualificados e preparados para essa fase da vida? É por isso que a temática que vou abordar hoje é uma Doença que aumenta na mesma proporção em que nossa população envelhece - A Doença de Alzheimer.
A Doença de Alzheimer (DA) foi descrita pela primeira vez em 1907 por Alois Alzheimer. Em um segundo trabalho sobre um paciente no Hospital Psiquiátrico de Munique, na Alemanha, ele registrou: O paciente apresentava há 6 meses: prejuízo de memória, dificuldade em encontrar o caminho pra casa sendo incapaz de realizar tarefas simples.
“Movimenta-se pouco e parece não se importar com comida, mas come com grande apetite quando a refeição é colocada em sua frente. Incapaz de fazer compras e até mesmo de fazer sua higiene...”.
A DA é uma doença degenerativa, progressiva que compromete o cérebro causando: diminuição da memória, dificuldade no raciocínio e pensamento e alterações comportamentais. È pouco conhecida em nosso meio e tem efeito devastador sobre a família e o doente.
Conhecida erroneamente como “esclerose”, a DA pode manifestar-se já a partir dos 40 anos de idade, sendo que a partir dos 60 sua incidência se intensifica. A partir dos 65 anos, de 10 a 15% dessa população é afetada e aos 85 anos, 40% dos indivíduos apresentam a doença. É devido à importância dessa epidemiologia que devemos dar atenção a DA. No Brasil, estima-se que a DA atinja aproximadamente 1 milhão e 200 mil pessoas. Considerando que a média da família brasileira é de 3 a 4 pessoas, um universo assustador de 4 milhões de brasileiros são afetados direta ou indiretamente por ela. Como a expectativa de vida do brasileiro subiu para 71,9 anos em 2005, temos de estar atentos aos sinais e sintomas e aprender um pouco mais sobre essa doença que tem no avanço da idade sua principal prevalência.
Didaticamente, a DA é dividida em 4 fases, a saber:
FASE INICIAL: É a fase mais crítica devido à negação ou ignorância da família que justifica os lapsos de memória como “normal para a idade”. Dessa forma, protelam a consulta médica e o diagnóstico vem tardiamente, prejudicando o tratamento.
O primeiro sintoma relevante é a perda de memória a curto prazo (dificuldade em lembrar fatos aprendidos recentemente) e lembranças constantes do passado; o paciente perde a capacidade de dar atenção a algo. Iniciam os episódios de desorientação no tempo e espaço, é comum não lembrarem o dia de hoje e se desorientarem em lugares desconhecidos. Como essas alterações não se repetem com freqüência preocupante, são entendidos como fato natural, em virtude do avanço da idade, nervosismo e outras desculpas relacionadas com o cotidiano. A depressão ocorre devido à consciência das suas dificuldades e é o que leva os familiares a procurarem ajuda médica na maioria das vezes.
FASE INTERMEDIÁRIA: Acentua-se o quadro de demência com comprometimento severo da memória, mudança comportamental com explosões de raiva, queixa de roubo de objetos, alucinação, emagrecimento. A pessoa não reconhece mais os familiares e nem a si mesmo em frente ao espelho. Aparecem à perda da expressão da fala e instalam-se as dificuldades motoras (andar) e as quedas com fraturas são as principais causas de complicações nesta fase.
FASE AVANÇADA: A dependência é total, com a imobilidade crescente o paciente tende a ficar no leito ou na poltrona, enrijece os membros e assume a posição fetal. As úlceras de pressão (escaras) aparecem principalmente nas proeminências ósseas como calcâneo e região sacra. O emagrecimento se acentua devido à dificuldade de deglutição que pode exigir a alimentação por sonda, acentua-se também, a incontinência urinária, fecal, as infecções respiratórias e urinárias. Acaba a comunicação com o mutismo, a capacidade de sorrir e aparecem as convulsões.
FASE TERMINAL: As complicações se intensificam levando o paciente a óbito.
Ainda não existe cura para a DA, porém, quanto mais precocemente diagnosticada e tratada, mais tardiamente aparecem as complicações, melhorando a qualidade de vida do paciente.
A Gerontologia (ciência que estuda o envelhecimento) e a Geriatria (especialidade médica que cuida dessa fase da vida) e vários centros de pesquisa no mundo todo não tem medido esforços para curar ou atenuar os efeitos danosos dessa doença.
No Brasil temos a ABRAZ (Associação Brasileira de Alzheimer) com vários grupos de orientação para dar apoio e suporte aos familiares e cuidadores, além do pessoal técnico, para enfrentarem juntos esta difícil fase da vida.
Temos 3 sub-regionais no Vale do Paraíba, em São José dos Campos, Taubaté e Lorena. Em Lorena, a FATEA abriu as portas e abraçou essa causa em nossa cidade através das professoras do Curso de Graduação em Enfermagem e da nossa coordenadora Laura Cecília Luz Mathias. As reuniões acontecem toda primeira quinta-feira de cada mês na sala de reuniões da FATEA. A Câmara Municipal de Lorena também está abraçando essa luta, abrindo nosso plenário para a conferência em comemoração a semana do idoso (que não foi possível realizar em setembro) e no dia 27 de outubro, às 19 horas, estaremos participando desse encontro cujo tema é: O IMPACTO DA DOENÇA DE ALZHEIMER NA VIDA DE QUEM CUIDA com o conferencista e geriatra Dr. Maurício Mazur Lopes.
Convidamos todos os profissionais de saúde e a população em geral para esse importante evento, afinal, temos de estar preparados para essa nova etapa da vida.
Referências: Harman D. A hypothesis on the pathogenesis of Alzheimer's disease. Ann NY 1996;786:152-68
Kachaturian ZS. Diagnosis of Alzheimer's disease. Arch Neurol 1985;42:1097-105.
Beijão no coração e até.